Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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sábado, novembro 20, 2010

A nova geração de políticos

A eleição de Berto Messias para líder parlamentar do PS na Assembleia Regional não só surpreendeu a mim como a muitas pessoas atentas à vida política açoriana. Para outros, sobretudo os que estão próximos do círculo do deputado, o resultado desta eleição foi previsível, pois Berto Messias tem tido um percurso político relevante no contexto regional. Dou por mim a pensar nesta nova geração de políticos que aos poucos se vai afirmando no contexto regional. Como chegou ela ao poder? Será diferente da mais antiga?

Presentemente, dois jovens políticos estão em destaque nos Açores: Berto Messias e Francisco César. O facto de serem do PS não é alheio ao seu desempenho: com a maioria parlamentar socialista torna-se mais fácil aprovar qualquer iniciativa proposta pelos dois. Há pouco, entrou em vigor uma medida legislativa, da iniciativa dos dois políticos, que visa incutir o espírito empreendedor nos jovens açorianos desde tenra idade. De repente, dei por mim a ver qual o currículo de Berto Messias e de Francisco César. Segundo consta de documentos oficiais, o primeiro é licenciado em Relações Internacionais. O segundo frequenta o curso de economia, o que significa que por enquanto só tem o 12º ano de escolaridade. A nível profissional, nada é referido sobre alguma profissão em concreto antes de se terem tornado deputados, nem na Função Pública, nem no sector privado. Em termos associativos, a filiação na juventude socialista é o que se destaca no currículo. Na verdade, é possível afirmar que pertencer à JS foi decisivo para as suas vidas. E, no caso do segundo, ser-se filho de Carlos César foi determinante - para o bem e para o mal.

Não querendo ser suspeito, se olharmos para o currículo do líder da JSD regional, o resultado será o mesmo e a recente polémica em torno da sua eleição só confirma a desconfiança que os eleitores têm nutrido face às verdadeiras intenções e competências dos políticos.

Obviamente que a partir daqui seria fácil expressar o meu descontentamento sobre o fenómeno dos boys na política portuguesa. Porém, antes pelo contrário, acho que se deve pensar no que será melhor para a política portuguesa: jovens com alto currículo académico ou com um percurso profissional diversificado, ou jovens que fazem carreira nos partidos? Qual o mais importante: o traquejo político ou a competência técnica e científica?

A segunda opção parece a mais correcta. No entanto, a realidade mostra-nos o contrário: há cada vez mais políticos profissionais. Não faltam casos flagrantes de cunhas políticas, mas também não faltam políticos profissionais sensíveis à causa pública, competentes e cumpridores. Aliás, não convém esquecer nunca de que quem os coloca no poder é o povo.

Os partidos políticos estão de facto a tornar-se autênticos bunkers que dificilmente aceitam quem vem de fora e que protegem ferrenhamente os que, lá dentro, servem o partido de forma leal, roçando a subserviência.

Com uma taxa de desemprego jovem a bater todos os recordes, talvez tenha chegado o momento de encarar a política partidária como uma boa saída profissional.

Nota 1: No dia 4 de Novembro, em França, uns pais agrediram o director duma escola, pelo facto de a sua filha ter tido sido suspensa temporariamente por motivos disciplinares. Dia 16 de Novembro, o pai - e agressor - foi condenado a dez meses de prisão; a mãe teve pena suspensa, ambos obrigados a dar uma indemnização de mil euros à vítima.

Nesse mesmo dia 16 de Novembro, houve uma tentativa de homicídio na Praia da Vitória. Veremos quanto tempo demora a justiça portuguesa a tratar desse caso e que pena será aplicada ao criminoso. Aproveito para manifestar publicamente a minha preocupação e a de muitos praienses relativa à tibieza com que algum corpo judicial do tribunal da Praia tem encarado o grave fenómeno da violência doméstica. Não me parece que o arquivamento desse género de processos seja o procedimento mais adequado.

Nota 2: Num dos bares da nova marginal da Praia da Vitória, às quatro da tarde, uma cerveja custa um euro e meio. Nas Portas do Mar, em Ponta Delgada, às dez da noite, uma cerveja custa noventa cêntimos. Acho que não preciso de acrescentar mais nada para perceberem onde quero chegar. Provavelmente, não entendo nada do assunto. A Terceira deve ser uma terra de ricos.

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