Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, março 04, 2012

Carlos César e o diploma de bom comportamento



As declarações de Carlos César, antes de partir para a reunião com o Primeiro-ministro Passos Coelho, recordaram-me os tempos de Alberto João Jardim. Com a sua postura desprezável em relação aos “cubanos” de Lisboa, o presidente da Madeira vangloriava-se de fazer frente aos políticos da República. Agora é o que se vê: manso como um cordeiro, porque a Madeira precisa do continente mais do que nunca.

Ao afirmar que durante a reunião ia defender que os Açores fossem recompensados pela sua boa situação financeira - o que indiretamente significava que os prevaricadores (a Madeira) deviam ser castigados - Carlos César mostrou em que ponto está o relacionamento entre os dois arquipélagos: cada um por si. Se a moda pega, ainda temos concelhos e juntas de freguesia a pedirem o mesmo para si. Não duvidando de que pior do que a Madeira é impossível, não deixa de ser triste sentir que, na situação dramática em que se encontra todo o país, ainda haja quem só pense no seu quintal, desprezando o vizinho que afinal é o irmão.

Presentemente, o futuro das autonomias regionais, tal como as conhecemos, está em causa. Seria mais inteligente demonstrar solidariedade em torno de uma causa comum, ao invés desta divisão insular que não passa, na verdade, de uma disputa partidária por causa das eleições nos Açores.

Em Portugal, o patriotismo e o sentimento de unidade nacional parecem estar confinados à seleção nacional de futebol. Esta crise representa o desmoronar do Estado enquanto Nação. E os políticos, pelo seu egoísmo eleitoral, são os seus principais responsáveis.

Contudo, há muito a dizer sobre as contas dos Açores. E parece-me que deveria haver contenção nos regozijos acerca das contas públicas açorianas. Os Açores têm outros números que deveriam obrigar a mais humildade (para não dizer vergonha) por parte dos governantes. O desemprego, a taxa de pobreza, o número elevado de pessoas dependentes dos apoios do governo e um que já ninguém fala que é o número de “clientes” do partido a viver das cunhas e dos concursos por ajuste direto.

O PS gosta muito de comparar o período de Mota Amaral com o de Carlos César. Infelizmente, o fim da era César pode acabar da pior maneira, com menos emprego, maior pobreza e desigualdades sociais. É verdade que a crise europeia afeta diretamente os Açores. Mas é muito fácil menorizar a responsabilidade de Portugal por termos chegado a este ponto.

Nota: aos poucos se vai percebendo que o PS é um partido de caloteiros. Desde a discussão do Orçamento do Estado que pairava essa suspeição. Mas ao assinar com a Troika a extinção ou a fusão de freguesias sem definir em que moldes devia ser feito para depois acusar o governo de não ter sensibilidade autárquica, e a seguir votar contra no Parlamento Nacional, a suspeição transformou-se numa certeza. Bem dizia o líder comunista, Jerónimo de Sousa: ou o PS defende o que assinou com a Troika ou está contra. Não pode é ficar-se pelo “nim” da demagogia fácil. Pelos vistos, os socialistas já decidiram. O problema é que o que os portugueses mais detestam são caloteiros. Por isso, está na altura de arranjar outro líder.

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