A Base das Lajes merece um museu
Após sessenta anos de convívio harmonioso
entre dois povos, de partilha de saberes, experiências e vivências, o olhar da
terra perdeu-se num futuro que se avizinha sombrio. A Base das Lajes tem um
passado que merecia uma homenagem digna, mas até agora ninguém com
responsabilidades políticas, militares ou cívicas manifestou vontade nesse
sentido.
Um Museu da Praia da Vitória faz todo
o sentido existir se fizer jus à história do concelho, destacando a presença
militar americana e todos os episódios relevantes que lá decorreram. Mais do
que se centrar na componente bélica, o hipotético museu deveria enaltecer os
momentos de diplomacia, a solidariedade entre os povos e a partilha cultural.
Há museus para todos os gostos, só não há um museu da base. Digno desse nome.
É óbvio que a existência de um museu
dessa qualidade não se poderia cingir a uma mera exposição fotográfica. Do
museu deveriam constar documentos oficiais desclassificados cedidos por
instituições como o Ministério da Defesa, o Departamento de Estado
norte-americano e até de individualidades com relevo na história da base. Mas,
para que isso acontecesse, teria de haver um protocolo de alto nível entre os
dois estados, com vista à constituição de um grupo de trabalho que elaborasse um
caderno de encargos para a operacionalização desse museu.
Não é difícil imaginar a quantidade
de registos existentes, a riqueza de documentos que marcaram a história da
Europa e dos Estados Unidos e gerados a partir dos Açores ou para os Açores.
Erigir um museu dessa envergadura é
contribuir para a dinamização da economia local, para a criação de emprego,
para o aumento do número de turistas e para a diversificação da oferta cultural
da Praia da Vitória.
Era bom que esta ideia - nada
original - encontrasse eco junto a quem de direito.
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