Há crise nas escolas açorianas?
De um ano para o outro até parece
que centenas de crianças desapareceram dos Açores. Menos turmas do que o ano
anterior, menos contratações de professores. Afinal, o que se passou?
Na verdade, há já sinais evidentes de
que a Secretaria da Educação encetou por um processo rigoroso de poupança nos
seus recursos humanos, ao contrário da alegada queda da demografia. Um sinal
claro é o da extinção quase total dos tempos letivos destinados à substituição
- e o consequente aumento do número de turmas por professor. Esta medida, que
tencionava acabar com os furos, teve um início atribulado devido à falta de
informação por parte da tutela. Porém, com o tempo, esta prática foi-se aperfeiçoando
e as escolas foram encontrando um enquadramento razoável para a sua aplicação. Quando
parecia uma medida pedagógica positiva e já rotineira, eis que acabaram com
ela. Por isso, e desta vez, distancio-me do atual Secretário e considero que
errou ao acabar com os tempos de substituições.
Ao longo dos anos, o mês de agosto
tem servido à tutela para proceder a ajustamentos escamotados, feitos à revelia
de qualquer diálogo com sindicatos ou direções escolares. Um telefonema, um fax e só resta aos subalternos acatar a
decisão.
Este procedimento é pernicioso, não
só devido à falta de transparência, mas também por causa do timing escolhido, pois os Conselhos
Executivos são pressionados a efetuar alterações de última hora, potenciando o
erro num momento tão crucial à vida escolar como é o mês de setembro. Os
professores acabam por regressar ao trabalho tensos e apreensivos quanto ao seu
futuro. Era escusado.
Dizem que, com o tempo, as pessoas
adaptam-se a tudo. Discordo: há maldades a que ninguém se habitua.
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