Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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segunda-feira, setembro 30, 2013

Vencer de baixo para cima




            As autárquicas a nível regional foram a confirmação do domínio avassalador do PS nos Açores. Se o domínio socialista é absoluto, há outro bem maior e bem mais preocupante: o da abstenção. 

            Sobre isso é preciso dizê-lo com toda a frontalidade: numa região eminentemente pobre e pouco instruída, a abstenção deve ser entendida como um sinal social que deve ser combatida com uma aposta forte na educação das pessoas e na sensibilização para a sua responsabilidade enquanto cidadãos. Enquanto os açorianos não derem a devida importância à instrução, enquanto o seu sentido de liberdade for acomodado pela dependência social do Estado, não haverá melhorias na participação eleitoral.

            Contudo, do continente e algumas freguesias da Região, há também sinais de esperança, pois as candidaturas independentes não só aumentaram como venceram em concelhos relevantes. 

            É normal que o PS sinta regozijo pelas suas vitórias sucessivas em eleições regionais - uma espécie de “revanche” ao que teve de sofrer nos tempos de Mota Amaral. No entanto, Ribeira Grande e Ponta Delgada mostram que o poder é volátil. Depois de uma derrota estrondosa no ano passado, o PSD percebe que começar um novo ciclo, implica uma reconstrução de baixo para cima, isto é, a partir do poder local. Conquistando a confiança e a simpatia dos munícipes, só assim poderá crescer até uma perspetiva ampla, de base regional. 

            Muitos interpretarão a “derrota honrosa” do PSD como um sinal de que o seu líder está a prazo, relevando a importância crescente de José Manuel Bolieiro, o novo Presidente da Câmara de Ponta Delgada. No entanto, em termos eleitorais, a conjetura futura remete-nos para o pior cenário, pois as próximas eleições (europeias e presidenciais) têm um valor muito mais nacional do que as autárquicas. O governo de Passos Coelho, a não ser que haja uma hecatombe, continuará o seu mandato até ao fim - refém da Troika para gáudio do PS. O PSD promete derrotas históricas a médio prazo. Pelo menos, que sejam feitas reformas no país como deve ser.

Na Ilha Terceira

            A coligação PSD/CDS para Angra era extremamente arriscada. É fácil, agora, dizer-se que foi uma má opção. Prefiro defender que foi a derradeira tentativa do PSD alcançar a câmara. A derrota deve-se por duas razões: o candidato do PS tem um peso político bem maior do que os seus antecessores e parece-me que a estratégia de comunicação da coligação foi prejudicial. Angra precisa de estabilidade política. A não ser que sejam uns grandes mentirosos, desta vez, os socialistas não falharão.

            Na Praia da Vitória, não houve surpresas, menos nas Lajes que será, nos próximos quatro anos, a aldeia “Asterix” do PSD. Quero crer que esta situação não irá prejudicar os lajenses. Antes pelo contrário, será um desafio para o poder dominante mostrar que a defesa do concelho não se coaduna com guerrilhas partidárias.

            A Terceira precisa de um governo local forte e coeso. Álamo Meneses e Roberto Monteiro, a par dos deputados eleitos à Assembleia Regional, terão um papel fulcral na defesa dos interesses da ilha e na luta contra o centralismo do Governo Regional.

Declaração de interesse: Integrei pela primeira vez uma lista para eleições. Irei ocupar o lugar de vereador da oposição na Câmara da Praia da Vitória. Agradeço à equipa do PSD que apostou em mim e às mais de duas mil pessoas que votaram em nós. Como principiante na política ativa, sinto um peso nesta responsabilidade e uma alegria enorme: amo esta terra e sei que o progresso da Praia se deve muito a Roberto Monteiro. Colaboração será a palavra de ordem.

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