Procura-se líder desesperadamente
O PSD Açores junta-se este fim-de-semana para eleger o seu novo líder e discutir uma estratégia para estabelecer uma oposição ao governo socialista que tenha mais vigor do que a actual. Dois candidatos concorrem para o cargo; um repetente, Costa neves, que já o exerceu no passado e outro, Natalino Viveiros, que foi secretário-geral do partido aquando da liderança de Mota Amaral. No congresso, haverá, de certeza, contas a acertar com o passado recente. No entanto, nos bastidores, haverá quem pense nas futuras eleições regionais e as prepare à margem do partido.
Depois da vitória do PSD Açores com sabor a derrota nas eleições autárquicas, o partido reúne-se em congresso extraordinário com vista à substituição do malogrado Vítor Cruz que, “traído” por alguns altos dirigentes, decidiu que não havia condições para continuar a exercer funções. Porém, não convém esquecer que, depois de se ter demitido, uma primeira vez, aquando da derrota das últimas eleições regionais, a sua autoridade como líder tinha sido altamente danificada: era encarado mais como um pneu de socorro até encontrar outro mais seguro. Este mais recente erro político prejudicou-o gravemente, fazendo com que tenha de “desaparecer” do panorama político açoriano por largos anos.
Os actuais candidatos provam que, ao fim de dez anos, o partido pouco se renovou, consistindo este congresso numa simples troca de cadeiras. Esta situação é péssima para o partido e péssima para a região. Se o governo de Carlos César já tem mostras de algum autoritarismo, sobretudo vindo de alguns secretários, fruto da permanência prolongada no poder, o facto de a oposição quase não existir reforça a postura autoritária do PS. Costa Neves é um candidato que vem com um currículo de derrotado nas eleições para a Câmara de Angra do Heroísmo, mas também derrotado nas eleições legislativas nacionais do passado mês de Fevereiro. Apesar de ter um alto patrocínio vindo de Ponta Delgada, não tem dado mostras que se candidata com vontade de vencer as eleições. Natalino Viveiros, por seu lado, tem andado pelas ilhas a tentar convencer os “laranjas” de que será um bom presidente do partido. Contudo, nenhum deles assume que a sua candidatura tem por objectivo o de chegar às eleições regionais e vencê-las. Fica, mais uma vez, a ideia de que esta liderança é a prazo, curto prazo. O governo regional agradece.
Quem fala em falta de renovação de altos quadros, pode falar também em ausência de ideias novas. Se há candidatura sem projecto, é a mesma coisa do que coisa nenhuma. Sente-se uma falta de seriedade, perspectivando-se uma viagem na oposição a reboque das propostas do governo PS. A ideia de Natalino Viveiros em criar um “Gabinete Sombra” é a tal prova de falta de seriedade política. A oposição existe não só para vigiar o exercício do governo, mas também para propor alternativas aos cidadãos. Afinal, com este discurso, o que tem feito o PSD Açores na Assembleia Regional? Dizer mal do governo só porque faz parte da praxe democrática?
No congresso que se aproxima, a juventude social-democrata tem de ver para além do prisma de carreirismo político; tem de pensar nos Açores. A região está bem – não vale a pena dramatismos –, mas pode ficar melhor. Quais as perspectivas para o futuro? Só nos quadros novos é que se poderá encontrar uma nova política para a região. Mas, verdade seja dita, para poder olhar para o exterior com olhos de ver, é preciso limpar a casa por dentro…
Depois da vitória do PSD Açores com sabor a derrota nas eleições autárquicas, o partido reúne-se em congresso extraordinário com vista à substituição do malogrado Vítor Cruz que, “traído” por alguns altos dirigentes, decidiu que não havia condições para continuar a exercer funções. Porém, não convém esquecer que, depois de se ter demitido, uma primeira vez, aquando da derrota das últimas eleições regionais, a sua autoridade como líder tinha sido altamente danificada: era encarado mais como um pneu de socorro até encontrar outro mais seguro. Este mais recente erro político prejudicou-o gravemente, fazendo com que tenha de “desaparecer” do panorama político açoriano por largos anos.
Os actuais candidatos provam que, ao fim de dez anos, o partido pouco se renovou, consistindo este congresso numa simples troca de cadeiras. Esta situação é péssima para o partido e péssima para a região. Se o governo de Carlos César já tem mostras de algum autoritarismo, sobretudo vindo de alguns secretários, fruto da permanência prolongada no poder, o facto de a oposição quase não existir reforça a postura autoritária do PS. Costa Neves é um candidato que vem com um currículo de derrotado nas eleições para a Câmara de Angra do Heroísmo, mas também derrotado nas eleições legislativas nacionais do passado mês de Fevereiro. Apesar de ter um alto patrocínio vindo de Ponta Delgada, não tem dado mostras que se candidata com vontade de vencer as eleições. Natalino Viveiros, por seu lado, tem andado pelas ilhas a tentar convencer os “laranjas” de que será um bom presidente do partido. Contudo, nenhum deles assume que a sua candidatura tem por objectivo o de chegar às eleições regionais e vencê-las. Fica, mais uma vez, a ideia de que esta liderança é a prazo, curto prazo. O governo regional agradece.
Quem fala em falta de renovação de altos quadros, pode falar também em ausência de ideias novas. Se há candidatura sem projecto, é a mesma coisa do que coisa nenhuma. Sente-se uma falta de seriedade, perspectivando-se uma viagem na oposição a reboque das propostas do governo PS. A ideia de Natalino Viveiros em criar um “Gabinete Sombra” é a tal prova de falta de seriedade política. A oposição existe não só para vigiar o exercício do governo, mas também para propor alternativas aos cidadãos. Afinal, com este discurso, o que tem feito o PSD Açores na Assembleia Regional? Dizer mal do governo só porque faz parte da praxe democrática?
No congresso que se aproxima, a juventude social-democrata tem de ver para além do prisma de carreirismo político; tem de pensar nos Açores. A região está bem – não vale a pena dramatismos –, mas pode ficar melhor. Quais as perspectivas para o futuro? Só nos quadros novos é que se poderá encontrar uma nova política para a região. Mas, verdade seja dita, para poder olhar para o exterior com olhos de ver, é preciso limpar a casa por dentro…
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