Concorrência entre as escolas
Ainda sobre o ranking das escolas. A competitividade entre as empresas existe para beneficiar o cliente e a sociedade numa perspectiva mais larga. O poder escolher entre um produto mais barato e outro mais caro mas de melhor qualidade deixou de ser um imperativo da concorrência empresarial. Actualmente, é possível ter um produto bom e, simultaneamente, barato. Se aplicarmos este conceito para o sistema educativo, será que obteremos mais sucesso por parte dos alunos?
A escola, sendo pública, gratuita e obrigatória, acaba por absorver a grande maioria dos estudantes. As escolas privadas precisam de outros requisitos para atrair alunos/clientes: boas infra-estruturas, ou um bom leque de professores que permita aos alunos terem altas notas e uma entrada assegurada nas melhores universidades e nos melhores cursos. Como o preço varia em função das condições e da fama que o estabelecimento privado goza, só os alunos com mais posses é que acabam por frequentar essas escolas.
Ao divulgar a lista das escolas com os respectivos resultados nos Exames Nacionais, mostra-se à sociedade quais os estabelecimentos de ensino que melhor condições oferecem para o sucesso dos alunos. Não sendo esta teoria uma regra linear, sucesso escolar é sinónimo de rigor e exigência. Assim, permitir que o aluno possa escolher a escola que mais lhe interessa em função dos resultados e até apoiá-lo financeiramente quando se trata de uma escola privada deveriam ser princípios seguidos obrigatoriamente pelo Ministério da Educação. Os bons alunos, cujos recursos económicos dos pais sejam escassos, não devem ficar de fora do ensino de excelência. Este sistema concorrencial obrigaria as escolas com resultados menos positivos a tentar melhorar o seu desempenho – aliás, o que tem acontecido em inúmeras escolas do país, tendo por base a lista do famoso ranking.
A autonomia dada às escolas deveria incluir a possibilidade dessas mesmas apostarem em determinados cursos do secundário ou até profissional tendo em conta as respectivas infra-estruturas e o seu leque de recursos humanos. Por exemplo, uma escola que possui bons laboratórios deve apostar nas ciências exactas como Físico-química ou Biologia. A escola, em sistema regular, não se pode limitar à produção de conhecimento ínscio, sem efeitos práticos no dia-a-dia dos estudantes.
Esta teoria da concorrência entre as escolas não é inédita. O que fiz foi apresentar de forma resumida, e com base no professor João Carlos Espada, o “Livro Branco da Educação” editado pelo Ministério da Educação inglês, com prefácio do primeiro-ministro, Tony Blair.
A União Europeia, que tanto tem sofrido com a globalização, deveria usar a Estratégia de Lisboa como alavanca para a sua modernização e o seu crescimento. Esta mudança passa por uma reforma intelectual, por uma aposta na massa cinzenta oriunda dos próprios países da União. Por outras palavras, apostar a médio e longo prazo nas gerações vindouras para que a Europa possa competir com os outros continentes e afirmar-se como motor das novas tecnologias e da investigação.
Voltarei, num próximo artigo, sobre a Europa e o conhecimento.
A escola, sendo pública, gratuita e obrigatória, acaba por absorver a grande maioria dos estudantes. As escolas privadas precisam de outros requisitos para atrair alunos/clientes: boas infra-estruturas, ou um bom leque de professores que permita aos alunos terem altas notas e uma entrada assegurada nas melhores universidades e nos melhores cursos. Como o preço varia em função das condições e da fama que o estabelecimento privado goza, só os alunos com mais posses é que acabam por frequentar essas escolas.
Ao divulgar a lista das escolas com os respectivos resultados nos Exames Nacionais, mostra-se à sociedade quais os estabelecimentos de ensino que melhor condições oferecem para o sucesso dos alunos. Não sendo esta teoria uma regra linear, sucesso escolar é sinónimo de rigor e exigência. Assim, permitir que o aluno possa escolher a escola que mais lhe interessa em função dos resultados e até apoiá-lo financeiramente quando se trata de uma escola privada deveriam ser princípios seguidos obrigatoriamente pelo Ministério da Educação. Os bons alunos, cujos recursos económicos dos pais sejam escassos, não devem ficar de fora do ensino de excelência. Este sistema concorrencial obrigaria as escolas com resultados menos positivos a tentar melhorar o seu desempenho – aliás, o que tem acontecido em inúmeras escolas do país, tendo por base a lista do famoso ranking.
A autonomia dada às escolas deveria incluir a possibilidade dessas mesmas apostarem em determinados cursos do secundário ou até profissional tendo em conta as respectivas infra-estruturas e o seu leque de recursos humanos. Por exemplo, uma escola que possui bons laboratórios deve apostar nas ciências exactas como Físico-química ou Biologia. A escola, em sistema regular, não se pode limitar à produção de conhecimento ínscio, sem efeitos práticos no dia-a-dia dos estudantes.
Esta teoria da concorrência entre as escolas não é inédita. O que fiz foi apresentar de forma resumida, e com base no professor João Carlos Espada, o “Livro Branco da Educação” editado pelo Ministério da Educação inglês, com prefácio do primeiro-ministro, Tony Blair.
A União Europeia, que tanto tem sofrido com a globalização, deveria usar a Estratégia de Lisboa como alavanca para a sua modernização e o seu crescimento. Esta mudança passa por uma reforma intelectual, por uma aposta na massa cinzenta oriunda dos próprios países da União. Por outras palavras, apostar a médio e longo prazo nas gerações vindouras para que a Europa possa competir com os outros continentes e afirmar-se como motor das novas tecnologias e da investigação.
Voltarei, num próximo artigo, sobre a Europa e o conhecimento.
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