Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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sexta-feira, setembro 30, 2005

O Direito de reposta de Fátima Felgueiras

Todos nós temos o direito à indignação. Por vezes, quando nos sentimos atingidos directamente por pessoas que parecem querer caluniar-nos, em respeito pela nossa dignidade pessoal, devemos reagir. O Jornal PÚBLICO de 30 de Setembro de 2005 traz um artigo intitulado: Direito de resposta “Fátima Felgueiras manteve contactos com o PS desde Maio”. Este artigo, assinado pela futura candidata à Câmara de Felgueiras, é o exemplo de que o despudor e o descaramento podem atingir níveis surrealistas.
A ex-foragida conta que as notícias trazidas a público pelo jornal na semana passada eram infundadas e “constitui um dos piores exercícios de jornalismo a que assisti”. Tratam-se das revelações acerca de como o seu regresso do Brasil fora planeado e combinado com a polícia judiciária e de como ela nunca manteve contacto com o PS. Por um lado, com o seu direito de resposta, temos as duas versões que, como era óbvio, representam visões contrárias uma da outra.
Provas, de facto, ninguém as tem. Será bom ver o que o jornal fará, se mantém ou não e prove aquilo que alegou. No entanto, pelo primeiro parágrafo da dita cuja, só nos podemos ou rir ou enfurecer: se o PÚBLICO procedeu a um dos piores exercícios de jornalismo a que assistiu, com a sua fuga para o Brasil, os portugueses assistiram a um dos piores exercícios do que se pode chamar como privilégio do poder. Pouco são os portugueses que podem fazer aquilo que Fátima Felgueiras fez, aquando do aviso por parte do tribunal, para a sua detenção em prisão preventiva.
Mas há outro detalhe que é impressionante. No seu texto, a senhora diz: “Apesar de não ter invocado imunidade eleitoral, porque nem sequer me foi pedido […]”. Mais abaixo, indignada com a polícia diz: “[…] Perguntei apenas porque continuava ali. E não é esta uma questão normal de que uma pessoa que tem um mandato de captura pendente e ao mesmo tempo imunidade eleitoral?” Em que ficamos, afinal?
Fátima Felgueiras, se ganhar, é por culpa do povo. Sejamos claro. Mas o que eu sei é que daria uma excelente jornalista do suplemento INIMIGO PÚBLICO. Vejamos esta frase, digna de uma pessoa com elevado nível moral: “Procurar fazer crer que a justiça portuguesa é passível de acordos ou até subornável é o ataque mais hediondo ao Estado de direito que jamais li e ouvi”.

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