A idade de ouro da televisão
O
setor da televisão está a viver um período de ouro por duas razões: a primeira
prende-se com a qualidade e a diversidade da oferta de programas; a segunda tem
que ver com a revolução tecnológica dos últimos anos da qual a televisão tem
sido a principal beneficiada.
A televisão por cabo teve um início
tímido na década de oitenta do século passado. Considerado elitista por passar
quase exclusivamente em centros urbanos e pelo seu preço pouco convidativo, o
cabo tinha uma fraca presença junto da generalidade dos telespetadores. Com a evolução
tecnológica, nomeadamente nos Estados Unidos com o advento da tecnologia Tivo, estavam lançados os primeiros dados
da revolução televisiva que agora se encontra no seu esplendor.
Vivemos o século dos nichos graças aos
novos meios de comunicação e interação social. A televisão por cabo adequou-se
na perfeição a este novo paradigma graças à explosão dos canais temáticos. A
televisão generalista só tem mantido a sua predominância pelo facto de estar em
sinal aberto. Quem pode aderir ao cabo, entranha essa nova forma de ver
televisão e não mais a quer largar.
A programação nunca foi tão rica e
diversificada como agora - não me atrevo em dizer quais os programas que
prestam e aqueles que enojam, pois a variedade tem exatamente o propósito de satisfazer
os gostos de todos e de cada um. A esse respeito, a supremacia norte-americana
vem de uma longa tradição e de uma diversidade cultural e social notáveis.
Presentemente, ver televisão em
direto é mesmo no sentido literal. Eventos desportivos, telejornais, edições especiais
como entrega de prémios ou debates políticos são aqueles programas que requerem
a simultaneidade entre o acontecer e o assistir. Tudo o resto, graças à
tecnologia, pode ser visionado a qualquer hora – e aos poucos em qualquer lugar.
Ver televisão numa televisão já não
uma redundância. Smartphones e tablets são os novos dispositivos que
abraçaram esta revolução tecnológica. Muito se fala na caixa que mudou o mundo,
mas, na verdade, ela mudou a maneira de olhar para esse mesmo mundo.
Paradoxalmente, apesar das suas
estrelas, dos seus respeitadíssimos realizadores e orçamentos colossais em blockbusters, o cinema não acompanhou
esta revolução. Um exemplo: o cinema ainda se encontra em pé de guerra com os downloads ilegais - ao contrário das
produtoras televisivas que elogiam os sites destinados à piratagem e até se
aliam a eles, como o Netflix.
São várias as estrelas de cinema
seduzidas pelo potencial da televisão, pela excelência dos seus conteúdos e pela
estabilidade que esta lhes confere. São vários os realizadores de cinema que se
aventuram nas séries televisivas por causa da amplitude na construção e
exploração de argumentos e personagens.
Hollywood
já não encara a ficção televisiva como um género menor, mas sim como uma
respeitosa rival.
Ecrãs plasmas gigantes, sistema de
som Home Cinema, óculos 3D, sofá confortável, e comando numa mão, pipocas
noutra. Não há sala de cinema que compita com este novo luxo caseiro. Os videoclubes
foram os primeiros a cair. Hollywood só abraçará esta revolução quando fizer estreias
mundiais nas nossas casas.
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