O dia da raça
Todos os países têm um dia feriado
para a exaltação nacional. Por questões eminentemente históricas, todos os
países festejam a sua nacionalidade e os seus cidadãos o seu patriotismo,
imperando assim o sentido de união e de pertença. O dia 10 de junho já foi
assim. Nos últimos anos, as comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas têm vindo a ser manchadas por questões de atualidade política,
confrontação partidária e até mesquinhice mediática.
Ainda com reminiscências do Estado
Novo, os portugueses sentem dificuldade em exibir o seu patriotismo com medo de
o confundirem com um nacionalismo perigoso. Nacionalismo e patriotismo não são
a mesma coisa. Estados Unidos e Brasil são disso perfeitos exemplos.
Em
Portugal, a exaltação nacional parece ser somente permitida quando a seleção de
futebol entra em campo. Mão no peito, de pé, em frente ao televisor e envolvido
na bandeira: aí sim, canta-se A
Portuguesa sem qualquer complexo.
Este
ano, esperava-se do Presidente da República um discurso mobilizador. Após os
anos de tormenta por causa do Programa de Assistência Externa, esperavam-se
palavras de unidade e de esperança. Por mais danos que tenha causado, os
portugueses conseguiram dar a volta à situação, demonstrando um verdadeiro
espírito de solidariedade e de sacrifícios que devia ser amplamente elogiado
por quem nos representa. O discurso resumiu-se a um puxão de orelhas ao
Governo, nomeadamente ao Ministro da Defesa, por causa das nossas Forças
Armadas. O dia de Portugal merecia, de facto, um melhor discurso.
Nas
comunidades portuguesas, principalmente as da América do Norte, os festejos são
dignos de registo. Bandeira, Hino, desfiles, paradas e o amor à pátria são os
ingredientes que constituem este dia que não deveria ser festejado de outra
forma.
Torna-se
cada vez mais notório de que para festejar convenientemente o dia de Portugal
mais vale emigrar.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial