Paranoia sobre a Base das Lajes
1. Desde o início da crise da
Base, provocada pela redução do contingente militar Americano, que se percebeu
que é preciso alguma contenção por parte dos responsáveis políticos nas
declarações que saem a público.
Como
se verificou com a recente “notícia” do jornal Público sobre o alegado interesse dos americanos na Base de Beja- e
rapidamente desmentida -, a reação “a quente” dos políticos açorianos foi precipitada
e, mais, demonstra algum desconforto nas relações institucionais entre a
República e o Governo Regional, pois não se entende como não exista um canal privilegiado
de comunicação entre os dois órgãos, por forma a que estas situações possam ser
devidamente esclarecidas, sem recorrer às “queixinhas” por via da Comunicação
Social.
Com
este tipo de iniciativas, o prejuízo causado aos trabalhadores portugueses da
Base é pior do que os possíveis ganhos políticos. A demagogia não pode ser
feita à custa da angústia das pessoas.
Tratando-se
de uma situação que envolve negociações diplomáticas entre dois países, não faz
sentido especular nem criar cenários sobre as possíveis valências ou
alternativas à Base. Os Açores têm de ser ouvidos em todas as negociações que estão
a decorrer, mas o Governo Regional, para se dar ao respeito, tem de se
comportar ao nível do seu estatuto. E a paranoia, neste caso, é má conselheira.
O
concelho da Praia e a Ilha Terceira não podem continuar a alimentar ilusões
relativamente a presença militar americana. Esta é a lição que devemos tirar
dos acontecimentos dos últimos anos. Como tal, não podemos exigir que os
políticos encontrem alternativas à base e querer, em simultâneo, que as coisas
fiquem como dantes.
É
importante que o Governo Regional em parceria com a Câmara Municipal da Praia
da Vitória e os agentes económicos possam encontrar alternativas à presença
americana com o intuito de dinamizar a economia do concelho. Especular ou
reagir a boatos não é o que se espera de quem nos representa.
2. A nova Administração da SATA
Deve
ser a primeira vez que um novo Conselho de Administração da SATA toma posse ensombrado
pela desconfiança e pela dúvida.
Desconfiança devido à forma pouco
clara como o anterior presidente da SATA apresentou a sua demissão e dúvida
relativamente à estratégia a seguir por esta nova administração.
Era bom que o novo executivo adotasse
um rumo diferente do seu antecessor e, deste modo, atendesse às já recorrentes
reclamações por parte das empresas e dos açorianos.
No
que respeita à Terceira, a nova administração deveria optar por uma maior
frequência nas ligações diretas com a América do Norte, nomeadamente nos seus períodos
festivos, como são o Carnaval e as principais festas dos dois concelhos.
Mais uma vez, não é aceitável que a
SATA Internacional intensifique as suas operações entre São Miguel e as
Américas, mas não crie um maior número de ligações a partir da Terceira.
1 Comentários:
Concordo plenamente com o seu texto. Finalmente alguém que aborda este assunto como deve ser.
E acrescento, que moral temos nós para criticar a redução (nunca falaram em sair) por parte dos americanos, se nós também o estamos fazendo com o funcionalismo público e de que maneira!!
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