Absentismo e indisciplina nas escolas
Continuo a achar que entre alargar a
gratuitidade no ensino e alargar a escolaridade obrigatória é preferível a
primeira opção. Contudo, a decisão foi tomada e os alunos portugueses são agora
obrigados a frequentar a escola até aos 18 anos de idade.
Desde alguns anos para cá que as
universidades portuguesas têm sido obrigadas a criar estatutos do estudante –
pasme-se - por causa do aumento da indisciplina no Ensino Superior. São vários os
professores universitários a queixarem-se da imaturidade e da falta de
preparação dos estudantes. Este problema não é exclusivamente português: em
França, várias faculdades foram obrigadas a criar cursos de ortografia.
Apesar de os governos serem
pró-ativos no combate à indisciplina e ao absentismo escolares, acabam por ter
parcos resultados, pois partem da premissa errada. O ónus da culpa recai sempre
sobre os pais quando, a partir de uma certa idade, deveria recair unicamente no
aluno.
A sociedade não se pode queixar da
falta de valores quando os seus decisores políticos infantilizam os jovens,
alimentando a desresponsabilização e a inconsequência dos seus atos.
Defendo que, a partir dos 16 anos,
qualquer aluno deve ser o único responsável pelo que faz dentro do espaço
escolar. Parece uma redundância, mas a realidade mostra o ridículo da atual lei
quando esta obriga a que os pais sejam responsabilizados pelas faltas ou pelo
mau comportamento do filho, mesmo que este tenha 17 anos de idade. Esta regra não
faz qualquer sentido numa sociedade que se quer altamente competitiva. O rigor
no ensino não se pode cingir somente à multiplicação de exames e avaliações.
A
exigência não se coaduna com a falta de responsabilidade. O sucesso escolar não
combina com a falta de valores. A falta de valores inviabiliza a prosperidade
de um país.
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