Um agradecimento ao nosso lóbi luso-americano
1. Independentemente do resultado das
votações no Senado norte-americano, o trabalho diplomático sobre a Base das
Lajes realizado pelos políticos portugueses, nomeadamente dos Açores, e pelos
políticos e personalidades luso-americanos merece um forte aplauso.
A
decisão de reduzir o contingente americano estacionado na Terceira é
unilateral. Washington seguiu as recomendações do Pentágono há anos atrás e,
por mais discutível que seja essa decisão, não se vislumbra nenhum recuo, pelo
menos no curto ou médio prazo. Portugal só pode, daqui para a frente, tentar
minimizar os prejuízos que esse “downsizing”
da base irá provocar na Ilha Terceira, renegociando contrapartidas com a
Administração norte-americana.
No
entanto, nestes últimos meses, percebeu-se que a comunidade portuguesa radicada
nos Estados Unidos tem afinal uma forte influência junto do poder político
americano. Esta demonstração de força não foi só benéfica para Portugal e para
os Açores como para os próprios lusodescendentes que se sentem mais capazes e
mais fortes para se afirmar no país que os acolheu.
2. Miguel
Monjardino na FLAD
Sempre
achei que o novo presidente da FLAD seria um açoriano. Sempre achei que Carlos
César seria a personalidade escolhida por ter o melhor currículo para ocupar o
lugar. Infelizmente, não aconteceu. Pesando bem, tendo em conta o partido que
governa, seria algo de impossível.
Ao
contrário da nomeação de Maria Lurdes Rodrigues, que serviu de prémio de
consolação pelos bons e leias serviços prestados no Governo de José Sócrates,
esta nova direção é composta por académicos profundamente conhecedores da
política norte-americana e da relação histórica entre os dois países.
Há muito que o investigador terceirense
Miguel Monjardino tem colaborado com a Fundação Luso-americana, por isso, se a
sua nomeação no Conselho de Curadores não surpreende, ela não deixa de augurar
bons auspícios. Atrevo-me a dizer que a Terceira elogia esta nomeação.
3. Quando
um socialista se torna liberal e vice-versa
Em
Portugal, o tempo tem demonstrado que a política tem muito mais de conveniência
do que de ideologia. Mais do que a convicção nas ideias, da coerência nas propostas,
do rigor na ética, é a ascensão social e profissional ou a simples ideia de
soberba que sustentam os princípios fundamentais de atuação política.
Para
ilustrar esta tese, não faltam exemplos de ex-ministros do Partido Socialista
que transitaram da política para a esfera privada - para as chamadas empresas do
regime -, ficando como administradores, auferindo salários chorudos e
defendendo com unhas e dentes as “suas” empresas que estranhamente beneficiaram
de privilégios no tempo em que estes senhores eram governantes.
Do
outro lado do espectro partidário, não faltam exemplos de políticos liberais que
na oposição defendem intransigentemente a sua matriz ideológica, mas uma vez no
poder tentam formatar toda uma sociedade no que respeita aos costumes e hábitos
sociais.
Há
situações perfeitamente explicáveis, quando se trata de autopromoção, mas há outras,
como aquelas a que assistimos com o atual governo - quando pretende proibir o
fumo em tudo quanto é sítio ou limitar o número de animais nas casas das
pessoas -, que são absolutamente absurdas e atentatórias às liberdades
individuais; precisamente o contrário do preceito liberal.
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