Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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domingo, junho 26, 2011

União Europeia: morte anunciada?






Esta tem sido a pergunta recorrente no meio mediático e político. Com os problemas na zona Euro, muitos cidadãos europeus têm-se questionado sobre a capacidade dos governantes enfrentar com sucesso a crise em que vivem atolados.





A União Europeia nasceu de uma vontade e de um compromisso político para que os países da Europa crescessem em conjunto de forma equilibrada, rompendo com o medo de outras guerras parecidas com as do início do século XX. A política dos “pequenos passos” fora a estratégia escolhida e amplamente elogiada que fez com que fosse criada a moeda Euro e que a União Europeia aumentasse o número de países membros. Sim, a vida dos europeus melhorara consideravelmente. Mas por pouco tempo.





Toda a Europa viveu acima das suas possibilidades. E agora está a pagar a factura por este erro crasso. Sabemos que alguns países, como a Alemanha, estão em situação privilegiada, o que ajudou a desmistificar o verdadeiro desígnio europeu: cada um por si. Desde sempre que se ouviu os eurodeputados a defenderem sempre o seu país, vangloriando-se de cada vez que obtinham uma vitória a seu favor. Era assim para todos os eurodeputados, independentemente do seu país de origem. Defender a pátria, mais do que defender a construção europeia era algo de comum e aceite por todos. Agora que os países mais periféricos precisam da ajuda, vê-se uma Europa dividida, manifestando, nalguns casos, sinais de xenofobia.





Até eu estou dividido porque a Alemanha tem razões para estar renitente face às propostas de salvação dos países mais endividados. Mas também considero que a Europa não tem futuro se cada governante se preocupar com os seus cidadãos nacionais, relegando a UE para segundo plano. Assim, o projecto europeu está destinado ao seu definhamento.





Muitos têm defendido um caminho federalista para a UE, baseando-se nos Estados Unidos. Contudo, as coisas são bem diferentes. A América é um país e a Europa nunca o será. Qualquer europeu vê com desagrado a perda de soberania do seu país em favor do alargamento do poder de Bruxelas que é comandada por pessoas totalmente desconhecidas. Ao mesmo tempo, o protagonismo dos governantes dos países mais poderosos leva a que a UE tenha várias vozes, perdendo coerência e consistência aos olhos de outras nações.





Houve, no entanto, um passo federalista que foi dado com o Tratado de Lisboa. Contudo, vê-se que não se coaduna com as actuais problemas dos europeus Criaram-se os cargos de Presidente da União Europeia e de Alto Representante para a Política Externa, mas percebeu-se logo o pouco poder que teriam efectivamente. Os Chefes de Estado continuam a ser preponderantes nas decisões da União. Actualmente, há quem defenda a criação de um ministro das Finanças para a Europa. Tendo em conta que existe um Comissário Europeu que trata das questões financeiras e o Banco Central Europeu, percebe-se que os governantes já não sabem como responder à crise. Para o nosso mal.





O modelo social europeu foi uma ilusão que durou pouco mais de vinte anos. Na verdade, cada país tem o seu modelo social. Há medidas que foram mudando conforme os problemas que iam surgindo em cada país - desde o limite de idade para a reforma até aos vários subsídios sociais. Os países nórdicos anteciparam-se na criação de um sistema social que fosse sustentável. Para eles, a crise tem tido um fraco impacto, daí o ressentimento em relação aos países do sul.





A saída do Euro para os países em dificuldades implica muita coisa e não vejo nenhuma boa. Mas há uma que afectará toda a UE: a saída de um país da moeda Euro ditará o fim da União Europeia.

quarta-feira, junho 22, 2011

É fodido ser-se mulher

Num golpe de asa, o PSD deu a volta ao erro na escolha de Fernando Nobre para Presidente da Assembleia da República, escolhendo a deputada Assunção Esteves (obrigado pela correcção, Rogério).


Sim, Portugal tem uma mulher a ocupar o segundo maior cargo da República.


Mas é sempre consternante - para não dizer fodido (oups, já disse) - ler ou ouvir comentários sobre o assunto em que os piropos "cara laroca"ou "ainda para mais bonita" estejam presentes.


De facto, a beleza ou a telegenia tornaram-se requisitos essenciais para o sucesso na política.


Concluo que seja cada vez mais difícil para mim ambicionar vingar na política...

domingo, junho 19, 2011

O constrangimento do PS Açores





Para que não haja dúvidas a meu respeito: mais do que ser do PSD, sou sobretudo de Direita. Por isso, é com satisfação que encarei a vitória da coligação PSD/CDS nas recentes eleições. Mas essa satisfação é de curta duração porque os próximos anos serão cruciais para o país, pois implicam mudanças profundas e dramáticas para a maior parte dos portugueses.




O desfecho das eleições mostra que as pessoas já se consciencializaram da necessidade de mudança e que dão crédito à Direita para encetar as reformas necessárias. Perante o caminho tortuoso e ilusório que o anterior Governo traçara, a derrota do PS era previsível. O facto de Carlos César e Mário Soares terem reconhecido o óbvio logo a seguir às eleições não só prova isso como desmascara um partido que só sabe viver das aparências e que confunde lealdade com hipocrisia. Essas tiradas ficam-lhes mal, mas já não interessa.




O PS Açores está entalado até ao fim da sua legislatura. Isto porque uma das melhores vitórias concedidas à Direita foi justamente nos Açores. E é importante referir que a alta abstenção obtida na Região tem muito a ver com a apatia política dos açorianos – para o mal dos socialistas.




Por muito que os cadernos eleitorais estejam desactualizados, na verdade, muita gente ficou em casa porque se está a marimbar para a política. E acrescento este dado polémico: a abstenção relaciona-se directamente com o estrato social das pessoas. Quanto mais pobre ou dependente do Estado for a pessoa ou família menos atenção conferem à política. A demissão na participação da vida pública ou a falta de civismo relacionam-se directamente com a pouca instrução das pessoas, outro factor intimamente ligado ao respectivo poder económico.




Quando chegar o dia das eleições para o Governo Regional, haverá menos abstenção, apesar de nas últimas autárquicas esta já ter sido alta - o que rompe com a teoria de que quanto mais local for a eleição maior é a sua participação. Mas mesmo assim, persiste a grande dúvida: o PS pode perder as eleições?




Sim, pode. Porque os próximos anos obrigam a um sacrifício nunca visto e a um retrocesso do estilo de vida para muitos portugueses, sobretudo para aqueles que mais dependem do Estado.




Deste modo, o Governo Regional será triplamente penalizado porque, primeiro, apresentar-se-á ao eleitorado com um desgaste de mais de uma década no poder e por causa do tabu sobre a recandidatura de Carlos César; segundo, porque por mais que se auto-proclame como único defensor dos Açores, as soluções que tem apresentado já não servem; e, terceiro, porque as futuras decisões a tomar acerca dos Açores dependem do Governo da República. Quer seja para os Açores, quer seja para a Madeira, serão os “senhores de Lisboa” que determinarão o rumo dos acontecimentos nas Regiões Autónomas. A polémica sobre o Estatuto dos Açores será considerada uma brincadeira ao pé do que ira advir.




Há outro constrangimento, mais do foro mediático, que a actual mudança de governo proporcionará. Como sabemos, não faltam governantes e figuras destacadas do PS Açores a tecer regularmente os seus comentários políticos nos órgãos de comunicação social açorianos. Se dantes, havia bajulação acerca de Sócrates e crítica constante à oposição, agora o caso muda de figura.




Não estando em causa nunca a liberdade de opinião, como se pode criticar um governo que entrou em funções e que, no seu início, irá basicamente pôr em prática as medidas convencionadas com a Troika, medidas essas subscritas justamente pelo PS? Como poderão os governantes ou autarcas açorianos do PS comentar as futuras decisões dos ministros quando terão pelo contrário que redobrar as atenções para as funções que desempenham? (Eu sei, alguns socialistas são conhecidos pela sua desfaçatez). O argumento de que a oposição só sabe criticar deixa de fazer sentido.




É preciso dizê-lo de forma clara: mais do que estar em causa a defesa dos Açores (nunca vi mais demagógico), estará em causa a sobrevivência de Portugal.




Entretanto, dir-me-ão, irei saber o que é outro lado e como é difícil defender um governo contra as críticas. O único problema é que não eu jurei lealdade a ninguém e, a ter algumas ambições políticas, nunca as irei colocar à frente das minhas ideias e daquilo em que acredito.


quarta-feira, junho 08, 2011

Bem-vinda à oposição

Ana Gomes deu o mote para o tipo de oposição que irá fazer o PS nos próximos tempos.


Vindo do partido que sempre repudiou os ataques pessoais e de "baixo nível" ao querido líder José Sócrates, os dizeres da eurodeputada só comprovam a máxima do povo "os políticos são todos iguais".


Talvez Ana Gomes fique sozinha na sua postura ressabiada e de má perdedora.