Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

segunda-feira, maio 30, 2011

A derrota de Sócrates e o alívio do PS






No dia 5 de Junho, o PSD ganha as eleições para regozijo de alguns elementos do PS. Sim, do PS. E digo-o porque sei o quanto vai sofrer o próximo governo que sair vencedor das eleições. Daí o desejo escondido dos socialistas.




Já o dissera antes, o programa de Governo que vai verdadeiramente valer e ser respeitado é o da Troika. Compreendo que o programa do PSD seja mais ambicioso porque já se suspeita que o compromisso assinado com o estrangeiro não será suficiente para resolver o problema da dívida soberana e relançar e economia de Portugal.




Nós, portugueses, vamos sofrer ainda mais. Os sacrifícios exigidos vão afugentar-nos do país. Portugal vai ter um êxodo da sua juventude que irá prejudicar gravemente o seu futuro. Não, a esperança está muito longe. Dou dez anos para a Nação recuperar e isto se não houver até lá um acontecimento, nacional ou internacional, inesperado que adie ainda mais o possível período de recuperação. Eu sei; dez anos é muito tempo; é de mais. Não temos hipóteses, mas não seremos os únicos. A União Europeia também sofrerá, isso se ela ainda existir nos moldes como funciona actualmente.




Quando o PSD ganhar as eleições e formar governo com o apoio do CDS, o caderno de encargos imposto pela Troika exigirá um esforço descomunal e um ímpeto reformista a uma velocidade estonteante. Atrevo-me a dizer que para muitos isto será comparado a uma suspensão da Democracia, porque não haverá tempo para diálogo nem para a concertação social. Convém não esquecer que o dinheiro emprestado vem em tranches: mediante a implementação das medidas previamente estipuladas e subscritas pelos maiores partidos políticos portugueses, virá o dinheiro. Se não cumprirmos, não há dinheiro. Não havendo dinheiro, não se pagam salários e o país explode.




Portugal deixou de ser independente; tornou-se submisso ao estrangeiro e não há nada a fazer. Para renegociar a dívida é preciso que os credores aceitem. Não pagar significa pôr-se totalmente à margem do mundo. Mas, desta vez, o “orgulhosamente só” irá provocar ainda mais vítimas. Ou a União Europeia delineia outra estratégia para salvar a Grécia, Portugal e a Irlanda ou isto continuará como sabemos num beco cuja saída implica mais austeridade e mais empobrecimento das pessoas.




Por isso, aponto para um alívio do PS quando for para a oposição em resultado das eleições de Domingo. Não terá o pesado fardo de dirigir o país nestes tempos altamente conturbados que mal começaram. Este mandato provocará um desgaste enorme do governo e do PSD e CDS que fará com que daqui quatro anos o PS possa participar nas eleições revigorado e com alento para tomar conta do país. Contudo, nada estará ganho à partida, porque se a governação da Direita até for bem sucedida - dentro do mal menor - ela poderá manter-se para mais um mandato.




O PS não se dá com sacrifícios nem com falta de dinheiros públicos. Assim sendo, enquanto a crise não passar, os socialistas irão iniciar novamente a sua discussão programática e procurar um novo líder carismático. Como sabemos, eles são especialistas em debate de ideias.




Por agora, enquanto se discute a presença asfixiante do Estado, daqui uns anos discutir-se-á a ausência saudosa do Estado. Tudo isto, porque, com a pressa em reformar o país, o verdadeiro debate acerca das verdadeiras obrigações e competências do Estado foi simplesmente esquecido.




Talvez os “malditos liberais” tenham a luz para iluminar o fundo do túnel.

quinta-feira, maio 26, 2011

A SATA e o seu complexo por ser açoriana



Este cartaz merece duas perguntas:


1. Estas crianças são mesmo açorianas?


2. Se não, as crianças açorianas não são fotogénicas o suficiente para servir de modelo na promoção da SATA?

quarta-feira, maio 25, 2011

A companhia aérea com mais admiradores por metro quadrado

Bom texto de opinião de Osvaldo Cabral no DI de hoje acerca da SATA.


Felizmente, no país o que não faltam agora são gestores. Há que promover quem merece. Não é assim que os políticos querem para Portugal crescer?

domingo, maio 22, 2011

O futuro de Carlos César




Numa recente entrevista, O Presidente do Governo Regional dos Açores confirmou que o PS pediu uma sondagem para indagar os açorianos sobre os putativos candidatos do partido à sua sucessão. Perante a insistência do jornalista, Carlos César também disse que a escolha sobre a sua recandidatura ou não à presidência do Governo Regional já estava decidida e que só elementos muito próximos do seu círculo político é que conheciam o teor da mesma.


Não deixa de ser lamentável que o futuro de um partido político - e em certa medida dos Açores - dependa de uma pessoa. Mas esta é mais uma prova do quão pernicioso é a permanência prolongada de alguém no poder. A necessidade de criar as limitações de mandato – a melhor reforma política do consulado Sócrates – vai precisamente ao encontro dessa ruptura com os vícios dos políticos portugueses, quer estejam no poder central, regional ou autárquico, em eternizar-se em cargos públicos.


Por isso, não deixa de ser preocupante que Carlos César não abra o jogo de uma vez e diga aquilo que se espera de alguém responsável e sério: “Não vou ser candidato à Presidência do Governo Regional”. Mas por que razão o óbvio não é dito?


O PS Açores está a passar por profunda crise de identidade, ou pelo menos antecipa-a. Tem um legado inigualável. Tem quadros altamente qualificados e com larga experiência política. Tem militantes estrategicamente colocados na administração pública regional e detém a maior parte das câmaras municipais do arquipélago. Assim, é difícil entender a dificuldade de Carlos César em assumir despreocupadamente a sua saída, permitindo uma sucessão airosa e pacífica.


A não ser por uma mera questão paternalista que o poder, infelizmente, proporciona. Pelo lado dos militantes, a saída do Presidente compara-se à perda de alguém da família, daí o receio da incógnita quanto ao futuro. Pelo lado do presidente, deve haver o medo de ver o seu partido não conseguir vingar sem ele e, pior ainda, entrar em convulsão interna por causa da sucessão.


Como se pode observar, os Açores transformam-se num palco onde o problema dos açorianos se torna algo de secundário. Mais uma vez, isto é lamentável e convém ser denunciado porque assim se percebe como o Partido Socialista no seu todo está fora da realidade.


Já o tenho dito, o PS não é dono dos Açores nem de ninguém. O PS não é o único a ter soluções para os problemas da Região. Esse auto-convencimento é fruto de mais de uma década no poder regional, onde se instalaram interesses pessoais e partidários e onde já se notam algumas fracturas internas difíceis de esconder. O PS não ficará órfão se Carlos César sair. Em vez de ter criado um tabu, o líder socialista deveria ter aberto o jogo com bastante antecedência. Mas, provavelmente, tem razões para isso. E qualquer uma delas não augura nada de bom.


Como se pode observar, nem sequer me refiro à questão legal. Com base na lei, este assunto seria rapidamente resolvido. Mas o problema está no facto de estarmos em Portugal e as leis terem sempre diversas interpretações como se de poesia se tratasse. Obviamente que a oposição não perdoará se o actual líder socialista se recandidatar, não só por ser incoerente mas sobretudo por pôr em causa o regime democrático nos Açores. Não tenho problemas em dizer que Alberto João Jardim é uma pedra no sapato não só do PSD, como também do sistema democrático português. A possibilidade de o país ficar com dois caciques torna-se insustentável, acabando por descredibilizar por completo as autonomias.


Carlos César ainda é novo. No entanto, não lhe é reconhecida nenhuma profissão em concreto fora do âmbito político e parece que o seu sentido de empreedendorismo empresarial se fica pelo lado das ideias e das sugestões para os outros. Conclui-se então que precisa da vida política como quem precisa de água para viver. Muito se especula sobre o seu futuro, colocando a hipótese de se tornar Secretário-geral do PS se Sócrates perder as eleições. Esta conjectura parece-me pouco provável. Ser-se açoriano no contexto nacional traz também desvantagens e eu sinto-me à vontade para o dizer, pois sinto o mesmo, mas ao contrário.


Contudo, coloco duas possibilidades. A primeira é a de o PSD vencer as eleições no dia 5 de Junho e, perante o possível problema de coabitação entre o poder central e regional, Carlos César pedir em consequência eleições antecipadas como fez João Jardim. Seria uma forma de reforçar a sua legitimidade política, prolongando-se no poder e assim adiando o mal. É arriscado, mas neste momento nada é fácil. A vantagem é que o povo açoriano está neste momento muito mais refém dos socialistas e por isso receoso quanto ao seu futuro.


A segunda, mais idealista, consiste na ideia de que independentemente de quem ganhar, Carlos César é convidado para liderar a FLAD fazendo jus ao desejo de muitas personalidades dos Açores para que a fundação seja presidida por um açoriano. César é a pessoa ideal para o cargo. Deste modo, não deixaria de fazer política, desempenhando uma função ilustre em prol do país. Pode parecer fantasia, mas até o PSD tinha a ganhar com essa solução.


quinta-feira, maio 19, 2011

A culpa é da nova metodologia do INE

Estamos em Maio e não há meio de vir o calor e o sol.


Provavelmente, devido à nova metodologia do INE, não estaremos em Maio, mas sim em Março de 2011. Aí está a explicação para o frio que ainda se faz sentir na Região.

PCP e o concurso das privatizações

O PCP acusa os PSD e Ps de andar a fazer um concurso para ver quem privatiza mais.

Por mim, a primeira privatização a fazer é a do próprio PCP.

SEDES: não te preocupes



Esta peocupação não tem fundamento. Para um país se transformar numa ditadura tem, antes de mais, de ser soberano.


Presentemente, somos um protectorado. O estrangeiro toma conta de nós.

Justiça portuguesa: um vexame



O que é preciso fazer para ter pena efectiva?

Hipocrisia

A hipocrisia é de tal modo cultivada em Portugal que até se inventou a palavra "inverdade".

quarta-feira, maio 18, 2011

Passos não é também um talibã?

No debate de ontem, Francisco Louçã acusou Passos Coelho de ser um extremista e radical ideológico.



Ainda faltam duas semanas até às eleições e acho que os candidatos estão a esgotar as munições de insultos e de epítetos. Penso que está a chegar a altura de passar das palavras aos actos, isto é de haver batatada a sério.



Isso de falar, falar, falar...

Tudo serve logo que a seguir venha a palavra "social"

José Sócrates acusa Passos Coelho de "Preconceito Social".

Ele não tem culpa de nada




Ainda bem que o povo português acredita nele. Mal de Portugal se ele perder as eleições.

segunda-feira, maio 16, 2011

Eu defendo os Açores

Seguindo os preceitos da nossa tão cara Constituição que diz que a saúde deve ser tendecialmente gratuita, e sempre defendendo o SNS (neste caso, SRS), a Região implementará em breve as taxas moderadoras aquando das consultas médicas.


Os socialistas sempre a defender os Açores e o Estado Social contra os neoliberais da Direita (PSD/CDS).


Em termos de cinismo político e ideológico, não há melhor.

DSK, prédateur sexuel?

O mais incrível é que só agora é que aparecem testemunhos sobre o vício escondido do político francês.


Pelos vistos, em França, toda a gente sabia mas não havia problemas. Depreendo que ele ele teve azar ao ter sido apanhado em Nova Iorque.

sábado, maio 14, 2011

Um PS dentro do PS Açores





No meio político, é sabido que o desejo de protagonismo, a subserviência para com um líder partidário ou o instinto de sobrevivência política, levam certos responsáveis políticos a manifestar o que há de pior dentro de si. Intrigas, traições, mentiras e hipocrisia são os nomes que melhor definem a personalidade do Chico-esperto político que abunda pelos partidos.




A Terceira foi uma vez mais palco dessas intrigas palacianas que envolveram duas figuras com altas responsabilidades políticas na ilha, a saber Andreia Cardoso e Cláudia Cardoso, respectivamente Presidente da Câmara de Angra e Secretária da Educação e Formação.




Por mais que o PS queira disfarçar ou relativizar este episódio, a telenovela das querelas do PS Açores não é inédita na Terceira. E, ou por motivo de coincidência ou simplesmente como prova de que o meio é pequeno, a último intriga envolveu o anterior Presidente da Câmara de Angra, que é também pai de Cláudia Cardoso. Sim, posso estar a especular mas há coincidências que são incríveis. Convinha relembrá-las.




Na altura, o PS dispunha de maioria alargada na edilidade de Angra, porém as trapalhadas acumulavam-se e o Concelho mantinha um atraso e uma falta de vivacidade que obrigaram o PS a desautorizar José Pedro Cardoso, compelindo-o a demitir-se. As eleições estavam à porta e a perda da Câmara para o PSD tornava-se uma possibilidade.




Andreia Cardoso chegou ao poder e mais tarde venceu as eleições pela margem mínima. Conclusão: apesar de fragilizado, o PS mantinha aquilo que pretendia. Fê-lo a todo o custo e usando as manigâncias necessárias para tal. A clientela PS agradecia e suspirava de alívio.




Actualmente, a oposição PSD/CDS tem sido incómoda, mas sobretudo certeira ao denunciar casos de incumprimento ou simplesmente de incompetência política por parte do executivo camarário. Em contraposição, a estratégia da Edil é simples: aguentar até 2012, altura em que serão inauguradas várias obras do Governo Regional, o que irá disfarçar o far niente da Câmara.




O plano parece fácil, mas há incompetência política que se torna indisfarçável de tão gritante que é. O episódio da escola de Santa Bárbara é a prova irrefutável do desaire em que se encontra o PS Terceira.




Voltando às coincidências. Bem estranhei quando a Presidente da Câmara de Angra iniciou as suas lides “literárias” enquanto cronista do Diário Insular logo após a nomeação de Cláudia Cardoso como Secretária Regional de Educação. Eu sei; podem alegar que se trata de uma simples coincidência. É verdade que nos primeiros textos de opinião, Andreia Cardoso abordou questões da Educação. Admito, podem alegar que não passa de uma simples coincidência. É indesmentível que o pai de Cláudia Cardoso foi Presidente da Câmara e que foi, depois, despedido pelo seu próprio partido, sendo substituído por Andreia Cardoso. Concedo: podem alegar que se trata de meras coincidências e podem acusar-me de ter imaginação fértil, mas até agora só referi factos e, tal como disse no início, o desejo de ascensão ou de vingança políticas pode trazer à tona o que há de pior nas pessoas.




Mas não me venham com tretas: ninguém duvida de que existe um litígio político entre estas duas personalidades do PS, porque podiam - e até deviam - ter resolvido o diferendo de forma discreta, no recato dos respectivos gabinetes. No entanto, optaram por “lavar a roupa suja” na comunicação social, evidenciando a divisão interna do partido que há muito se faz sentir, mas que os socialistas tentam dissimular em vão. Alguma oposição aproveitou por clamar o tradicional “Demite-se!”, como se isso ajudasse ou prejudicasse, conforme os interesses. Na verdade, e por mais que me custe, o PS pode fazer asneira da grossa que nunca será verdadeiramente penalizado nem devidamente denunciado: os Açores são socialistas e mais nada.




Sem sombra de dúvida que Carlos César arbitrará este "catfight", colocando, no final, as duas senhoras a apertarem a mão e a sorrirem para as câmaras fotográficas. Não basta ser-se mulher de César, é preciso parecê-lo.


Meu rico Estado Social

Já tenho Médico de Família!!


O Centro de Saúde de Angra já me disponibilizou um médico de família, por isso tratei de marcar uma consulta para a minha filha.


Na secretária, expliquei que pretendia marcar duas consultas de rotina: uma para o dentista (o Secretário da Saúde orgulha-se de dizer que temos dentistas nos centros de saúde) e outra para a oftalmologia. O meu objectivo é simplesmente detectar possíveis problemas que a minha filha possa ter: já todos concluiram que a medicina preventiva é a melhor solução.



Informaram-me que para tal, teria que marcar primeiro uma consulta com o médico de família para que ele pudesse fazer requisições de consultas nas especialidades pretendidas.


A consulta está marcada para Setembro. Obviamente, que não gostei. Tratei de saber se era possível marcar directamente com os especialistas, mas claro que não. Mais ainda, a senhora disse que as consultas para o dentista tinham um tempo de espera de pelo menos 2 meses e as do oftalmologista de mais de meio ano.


Não me quero fazer de vítima mas este é mais um exemplo do quanto o o estado não funciona nas coisas mais básicas.


Tens dinheiro? vai ao privado. Não tens? Vai na mesma senão ainda morres à espera de consulta. Obviamente que com a criação das taxas moderadoras nos Açores, as coisas vão piorar porque o nosso povo é manso e vai pagar por um mau serviço.


Há tempos, alguém dizia que queria desmantelar o Estado Social. O tempo vai-lhe dando razão...

segunda-feira, maio 09, 2011

Duas "Cardoso" para um só lugar

Bem estranhei quando a Presidente da Câmara de Angra, Andreia Cardoso, iniciou as suas lides literárias enquanto cronista do Diário Insular logo após a nomeação de Cláudia Cardoso como Secretária Regional de Educação.



De certeza que era uma coincidência e mais nada.



É verdade que nos primeiros textos de opinião, Andreia Cardoso abordou questões da Educação.



De certeza que era uma coincidência e mais nada.



Recuando no tempo, é verdade que o PS Terceira fez a vida negra ao pai de Cláudia Cardoso, na altura Presidente da Câmara de Angra e apoiado pelos socialistas, o que o terá levado à sua demissão, apesar de dispor de uma maioria clara - coisa que não acontece no mandato da actual Edil.



De certeza que era uma coincidência e mais nada.



Voltando ao presente, existe um litígio político entre a Câmara e a Secretaria Regional da Educação por causa da construção da escola de Santa Bárbara. O "diz que não disse" o compromisso que supostamente não existe comprova que há um verdadeiro problema de competência política por parte da edilidade, negando aquilo que se diz sobre os vereadores da oposição. Quando a oposição acusa Andreia Cardoso de incompetência política, afinal não está assim tão enganada.

O PS de Angra está certamente dividido, pois é difícil explicar por que razão há discrepâncias dentro do partido quanto a um assunto do foro local. As coisas podiam ser tratadas de forma discreta, no recato do partido, sem dar a entender que há uma espécie de lavagem de roupa suja na praça pública.


Voltando ao princípio do texto. Há coincidências muito esquisitas e os recentes acontecimentos só me levam a aumentar a minha desconfiança relativamente às verdadeiras intenções das duas senhoras homónimas.



Carlos César terá que arbitrar este "cat fighting", colocando, no final, as duas a apertarem a mão e a sorrirem para as câmaras fotográficas. Não basta ser-se mulher de César, é preciso parecê-lo.

sábado, maio 07, 2011

O momento oportuno

Tendo em conta as consequências da ajuda externa sobre a Grécia e a Irlanda, considero que tivemos sorte no momento escolhido para recorrer a essa mesma ajuda.


Não interessa que elementos da Troika tenham dito que se Portugal tivesse pedido o apoio mais cedo, sofreria menos. Acho essa opinião errada. As três instituições envolvidas no resgate a Portugal tiveram uma abordagem muito diferente do que aquela efectuada nos outros dois países, justamente porque aprenderam com os erros cometidos.


E o erro deveu-se à forma punitiva, sancionatória como elaboraram os planos para esses dois países. Um ano depois, a Grécia está completemente sufocada e já não sabe como sair do impasse. Não há retoma da economia e os juros da compra da dívida continuam a subir vertiginosamente. Assim, é impossível ao país dar a volta à situação.


Assim sendo, o momento em que se solicitou a ajuda externa foi oportuno, e diria eu providencial, pois ninguém no país anteviu a possibilidade do acordo poder de facto tornar-se uma oportunidade para reerguer o país. Relembro toda a demonização inventada acerca do FMI e que se revelou errada.


Foi uma questão de sorte.


Não concordo com aqueles que se regozijam por terem avisado que a ajuda devia ter sido pedida mais cedo e que a Troika lhes deu razão, como também tenho a certeza de que o Governo, nomeadamente José Sócrates, não previu essa possibilidade.


Há que aproveitar, pois na verdade a Troika, por pressão da União Europeia, concluiram que a manter a postura sancionatória teriam daqui uns meses a Espanha na mesma situação que Portugal.


A Espanha pode aprender com o plano delineado para Portugal e adaptá-lo para o seu país.

quinta-feira, maio 05, 2011

Conspiração Bin Laden

Bem podem especular sober a morte do terrorista, bem podem ouvir testemunhos da filha a dizer que foi abatido em frente à família.


Uma coisa é certa, foi morto porque não houve outra hipótese.


Tomara Barack Obama tê-lo apanhado vivo para o trazer a julgamento, mostrando-o assim a todo o mundo.


Foram 10 anos de espera em que muita gente pensou que este desfecho nunca aconteceria. Pior do que ele se ter tornado mártir, seria ele se transfomar num mito que apareceria de vez em quando nos telejornais tal um fantasma e alimentando a dúvida sobre o seu paradeiro ou até sobre a sua existência.


Morreu. Acabou.


O terrorismo sempre existiu. Por isso, não vale a pena pensar que irá acabar com a sua morte.


O Ocidente sempre insistiu para que os muçulmanos moderados se desmaracassem de forma mais notória dos radicais islâmicos, pois esta é a única forma de combater o terrorismo em nome de Alá.


Felizmente, as revoltas da Tunísia e do Egipto provaram que todos os Homens, independentemente da sua religião e condição social, aspiram aos mesmos ideais: a liberdade e a igualdade.


A resposta dos muçulmanos foi dada. Esperemos que o intervalo na Líbia acabe rapidamente para que a revolução árabe continue e se alastre para outros países do Médio Oriente.

segunda-feira, maio 02, 2011

Actual sonho de qualquer jornalista

A possibilidade de aceder a toda a informação que relata o paradeiro de Bin Laden nos últimos dez anos, bem como todos os detalhes sobre a preparação da missão das forças especiais americanas para o apanhar.



Será o livro do ano

Obama em grande

Poderia falar da morte de Bin Laden como acontecimento determinante para o regresso de Barack Obama à ribalta, mas considero que no jantar anual dos correspondentes deste ano organizado pela Casa Branca, o presidente americano deu a amior bofetada a todos aqueles de Direita que sempre lançaram teorias da conspiração acerca dele.



Agora, só falta Khadafi declarar um cessar-fogo e anunciar a sua retirada do poder para culminar com a cereja no bolo.

domingo, maio 01, 2011

Se pudesse votava na Troika






Afinal, quem tem culpa pela crise? Para que serve saber de quem é a culpa? Será que isso interessa para decidir o resultado das eleições?




Num momento tão dramático para a Nação, os portugueses já perceberam que os políticos não estão à altura. Não há remédio, a campanha eleitoral não tem o nível que se exige numa situação dessas. O debate político limita-se a um rol de acusações inconsequentes e a insultos desonrosos. Porém, a única esperança parece vir do estrangeiro. Tudo indica que a Troika irá salvar este país ingovernável.




Por aquilo que a imprensa tem veiculado, a Troika está em vias de apresentar reformas profundas ao país. Sabemos que as medidas de austeridade semelhantes à da Grécia e à da Irlanda serão aplicadas, no entanto, pelas inúmeras reuniões que têm tido com várias instituições nacionais, com os diversos relatórios a que têm tido acesso, os responsáveis pelo FMI e pela União Europeia perceberam que devem actuar de forma diferente porque o atraso estrutural de Portugal permite encetar reformas de maneira a relançar a economia do país.




É incrível reconhecer que só com a ajuda externa, o país poderá sair do marasmo em que se encontra há mais de uma década. Ao longo dos vários períodos eleitorais, os nossos políticos prometeram aquilo que não souberam ou não conseguiram cumprir uma vez no poder. Hoje, as coisas parecem simples de resolver: de três em três meses, a ajuda externa virá a Portugal verificar o andamento das reformas e mediante os progressos é que darão o financiamento.




Os políticos que gostam muito de falar em empreendedorismo têm aqui um belíssimo exemplo a seguir: desta vez irão trabalhar por objectivos seguindo um caderno de encargos bem definido. Assim sendo, é fácil concluir que os programas eleitorais não são relevantes, constituindo um mero pró-forma do sistema democrático.




Por isso, digo que se pudesse votava na Troika para que formassem governo. Basta olhar para as listas de deputados dos principais partidos para concluir que é impossível fazer mudanças, pois os actores são os mesmos de sempre. Se nunca conseguiram reformar o país, por que razão haveriam de o conseguir agora?




A partir de Junho, ninguém será poupado ao esforço descomunal exigido para reconstruir as instituições do país de cima a baixo. De nada vale, os responsáveis açorianos e madeirenses declarar que nada têm a ver com o problema do país. Até agora foi deveras fácil ser-se governante, pois o dinheiro abundava. A partir de agora, estamos todos por igual, numa batalha igual. A batalha pelo nosso país, pelo nosso orgulho nacional.




Lamento profundamente que os movimentos cívicos, como o Geração à Rasca, não tenham tido tempo de se organizar para criar um partido que concorresse a estas eleições. Aliás, o triste episódio da indignação por causa de uma pergunta dos Censos é revelador da falta de visão desta juventude. Perante o drama social que aguarda Portugal, a precariedade laboral não passa de um problema menor.




Para muitos políticos é relevante saber onde estava o ministro Teixeira dos Santos no 25 de Abril ou criticar Fernando Nobre por concorrer como deputado pelo PSD. Porém, enquanto “os cães ladram, a caravana da Troika vai passando”; e eu quero apanhar a boleia.