Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

sábado, fevereiro 26, 2011

Os Políticos e a Comunicação Social nos Açores




Diz-se que a comunicação social representa o quarto poder (depois do poder executivo, legislativo e judicial). Desde a segunda metade do século XX que a sua capacidade de influenciar ou de alterar o rumo dos acontecimentos – para o bem e para o mal – redefiniu a relação entre os governantes e o povo. É indubitável que sem acesso à informação a ignorância alastra. Sem liberdade de informação e expressão é impossível vivermos livres.


A publicação de jornais gratuitos e a emergência das novas tecnologias como a Internet revolucionaram o panorama jornalístico. Estas novidades inauguraram uma nova forma de jornalismo, obrigando os seus profissionais a tomar uma postura radical: ou encerravam ou adaptavam-se à nova realidade. A imprensa escrita foi a que mais sofreu, por isso centenas de publicações têm vindo a desaparecer por todo o mundo. Outras decidiram passar da publicação em papel para o formato digital. Estes tempos obrigam qualquer meio de comunicação social, em qualquer lugar do mundo, a fazer uma reflexão séria sobre o seu futuro.


Há, porém, uma boa notícia: a liberdade de informação e expressão não se encontra ameaçada. Aliás, o acesso à informação e a sua divulgação aumentaram como do dia para a noite; graças à Internet, fez-se luz. Nunca foi tão fácil como agora denunciar injustiças, actos de corrupção e crimes. Deste modo, o jornalismo está vivo e de boa saúde. Apesar de, não obstante, existir muita falsa informação, os tribunais e o bom senso das pessoas servem para separar o trigo do joio.


Por tudo isso é que manifesto a minha preocupação pelo facto de a comunicação social açoriana prostrar-se perante o governo e o poder político, pedindo que a ajudem a ultrapassar o actual impasse. A crise atinge tudo e todos, mas a crise da comunicação social tem proporções e origens diferentes. Com muito respeito pela história e pela importância que certos órgãos de comunicação tiveram e têm na sociedade açoriana, considero pernicioso a criação de apoios estatais – materializados pelo programa PROMEDIA. É quase impossível a comunicação social pugnar pela sua independência editorial quando na realidade ela depende de um qualquer governo para sobreviver.


Basta recordar uma intervenção recente de Carlos César na qual lamentava o facto de a comunicação social açoriana dar destaque aos problemas da Região ao invés de dar mais atenção aos “Açores positivos que diariamente se constroem e se usufruem”. A pergunta que surge logo de seguida é:” Quem é Carlos César para dizer o que deve e o que não deve publicar um jornal?” A partir do momento em que a imprensa recorre aos fundos governamentais para se sustentar, acredito que, sim, ele tem uma palavra a dizer. E isto para o mal da imprensa açoriana livre.


Mas o mal não acaba aqui. A criação do GACS pelo Governo Regional subverteu a “relação de forças”, o peso e contra-peso da comunicação social face ao poder político açoriano. Doravante, qualquer jornalista que trabalhe na Região tem por ambição enveredar pela carreira de assessor de imprensa, pois o trabalho é mais fácil e a remuneração muito superior. Não é por acaso que o GACS se transformou na maior redacção dos Açores e que moda vá pegando, pois algumas empresas públicas e câmaras municipais aderem a esta estratégia de propaganda política recrutando jornalistas para esse fim.


Outra situação não menos perturbadora - mas de menor impacto - é a participação assídua de políticos com cargos executivos nos diversos órgãos de comunicação social, nomeadamente na imprensa escrita a partir de artigos de opinião. É uma questão melindrosa que até envolve políticos do continente. Pessoas como Alberto João Jardim, Presidente do Governo madeirense, António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa, Cláudia Cardoso, Secretária Regional da Educação e Andreia Cardoso, que até assina como Presidente da Câmara de Angra, são alguns exemplos da relação promíscua ou pouco sadia que existe entre a política e a comunicação social. O problema reside no facto de opinarem “desassumindo” o cargo político que exercem, actuando como se fossem meros comentadores da vida pública. Mas não o são, e a opinião deles tem um valor diferente justamente por causa disso.


Em suma, a verdadeira comunicação social livre é aquela que é totalmente independente de qualquer poder político. O que não significa que não possa ter uma perspectiva ideológica da informação…

domingo, fevereiro 20, 2011

A Decadência e a Esperança de Portugal



Muito se tem falado da decadência em que se encontra o nosso país. Jovens com estudos que não encontram emprego; idosos que morrem sozinhos em casa sem ninguém dar pela falta deles; ricos que passam à frente de todos nos centros de saúde; e políticos que defendem que o país só se aguenta com mais impostos. A lista dos desaires torna-se quase infindável. Portugal transformou-se no “tudo vale” para quem quer fugir dos sacrifícios provocados pela crise. Pensando bem, muitos daqueles que me rodeiam são totalmente o oposto desta caricatura nefasta do país. Eis a minha história.


Em 1997, a minha avó sofreu um AVC que a paralisou. Perdeu a capacidade da fala e de movimento. O meu avô, já idoso e debilitado, não tinha capacidade para tomar conta dela. Os meus pais eram emigrantes mas, perante o dilema que lhes surgiu ao determinar quem iria cuidar deles, concluíram que a família valia mais do que o resto. Então, regressaram a Portugal.


Mesmo sem perspectivas de emprego, depois de mais de vinte anos integrados num país altamente desenvolvido e com dois filhos ainda dependentes e a estudar, resolveram deixar os seus salários equivalentes aos dos médicos para tomar conta dos pais. Esta parecia uma decisão suicida. Tremi pelo nosso futuro.


Os primeiros anos foram difíceis. Valiam as poupanças que tinham feito no estrangeiro. As pensões dos meus avós eram uma parca mas sempre salutar ajuda. A mentalidade do “patrão” português causava repulsa ao meu pai, por isso decidiu trabalhar por sua conta. Só recorria a ajudantes quando o trabalho assim o obrigasse. Graças à sua dedicação e ao seu profissionalismo o trabalho foi aparecendo. Ele é bom no que faz e isso é que importa no trabalho. A minha mãe tornava-se doméstica e cuidava dos seus pais com o maior dos carinhos e da paciência. Volvido este tempo, bem pode dizer que ao longo da sua vida ela aprendeu a mudar as fraldas não só da sua filha, como da mãe e agora da neta.


O tempo passou; perdi os meus avós. Posso dizer que não foram abandonados e que foram amados até ao fim. Apesar de algumas zangas, alguns descontentamentos, houve felicidade e houve união ente nós. Lamento muito que não tenham conhecido a sua neta. Mas nunca os vou esquecer e ficarão para sempre no meu coração.


Nestes tempos que vivemos e que nos assustam, não acredito que o caso da minha família seja único no país. Muitas famílias mantêm-se unidas perante as adversidades que têm de enfrentar. A família é uma característica intrínseca dos latinos. O apego à família é um valor tipicamente português. Assim, devemos encarar a crise como um desafio que vai transformar a nossa vida, mas que não nos pode deitar abaixo. As pessoas que nos são próximas – família e amigos – são o nosso amparo, a nossa força de vitalidade e de esperança.


Compreendo que muitos jovens estejam fartos de viver em casa dos pais e que anseiem pela sua total dependência. Contudo, acredito que o sacrifício que os seus pais fazem por eles só pode ajudar a renovar o amor e a união familiares que muitos acreditam ter acabado. O nosso país está a mudar. Só quem nos governa ainda o não percebeu devidamente. E acreditem, apesar do que aparenta por aí e do que é apregoado pelos políticos, o Estado não faz tanta falta quanto isso. A força da família e a força da comunidade superam as falhas do Estado. Aliás, em Portugal, o Estado intervém onde não é chamado. A crise vai-nos mostrando isso todos os dias. Quanto mais aparece o Estado, mais os valores e o espírito de solidariedade desaparecem.


Nunca como agora fez tanto sentido discutir o papel do Estado na nossa sociedade e quais as suas verdadeiras obrigações perante os cidadãos. Alguns respondem a isso com insultos do tipo “neo-liberais”. Perante o cenário actual, acredito piamente que a crise abre o caminho para um verdadeiro debate ideológico sobre como a sociedade se deve reger. Eu, por mim, já decidi e concluí que o socialismo não faz parte da minha opção de vida.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Anatomia da desfaçatez

Por um lado, até é bom saber que com este tipo de iniciativa política para combater a crise qualquer marmelo dá para Primeiro-ministro.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Um governo manso


O início de 2011 tem sido penoso para o Governo Regional. Com os sindicatos dos professores a apertar o cerco e muitos funcionários públicos a reclamar pelo facto de não terem sido abrangidos pelo complemento salarial, nunca a autoridade de Carlos César foi posta em causa como agora.

Ao criar a compensação salarial para os seus funcionários públicos, o Presidente do Governo Regional percebeu que tinha aberto a caixa de Pandora. Esta excepção criou mais desigualdades e ressentimentos entre os trabalhadores açorianos. Por pressão do camarada autarca João Ponte, o alargamento dessa medida tornou-se inevitável, chegando até a abranger os funcionários das empresas públicas. Entretanto, o sector da educação sofria forte contestação por parte dos professores que se fartaram de uma Secretária inflexível que acabou por se demitir do cargo em ruptura com os socialistas. A mudança de posição por parte da nova Secretária, Cláudia Cardoso, relativamente aos concursos de professores é prova disso mesmo.

Um governo que se mostra titubeante num cenário de crise económica não augura nada de bom. O que vale é que isto se passa nos Açores onde o compadrio e a condescendência para com os socialistas permitem este tipo de incoerências.

Recorrendo certamente ao cinismo, diz o Presidente que o Governo Regional não age em função dos sindicatos. Supostamente, o momento entre a crescente contestação das pessoas e a acção do Governo não passou de uma mera coincidência. Como se pode verificar, os cidadãos tomam os políticos por incompetentes e os políticos tomam os cidadãos por parvos; a Democracia em Portugal não podia estar de melhor saúde. O que vale para nos consolar a alma são as revoltas no Egipto. Mostram-nos como o povo será sempre quem mais ordena. Por cá, perante o aumento do desemprego e a chantagem “não reclames e dá-te feliz por teres um emprego”, o povo já desistiu e simplesmente marimba-se para quem governa. Os políticos agradecem: os seus lugares estão assegurados por mais uns anos. Fingem estar preocupados com a falência do sistema e sugerem mudanças para que as coisas fiquem como estão. No novo Acordo Ortográfico, a palavra político deveria ser sinónima de cínico.

Não defendo que o Governo deva ser cegamente inflexível. Defendo coerência e justeza nas medidas que toma. Isto é, defendo tudo o que não tem acontecido nos últimos tempos. Era bom que Carlos César se perguntasse a si mesmo para que serve colocar independentes no governo se não aguentam o conflito político ou, pior ainda, se nem sequer dão conta do recado. Estes dois anos foram uma perda de tempo. O facto de nomear Cláudia Cardoso, uma pessoa do núcleo duro socialista, mostra o quanto os partidos não conseguem abrir-se para a sociedade. Quanto mais tempo um partido permanece no poder, mais este se fecha sobre si próprio. Não é uma opinião, é a constatação de um facto. A obsessão populista e a pressão dos interesses partidários toldam a visão deste Governo, impedindo-o de administrar os Açores com a genuidade de outrora.

A esta distância e perante tal cenário, o resultado das próximas eleições regionais de 2012 não parece tão óbvio quanto seria suposto.

Nota: Já é possível encontrar combustível mais barato no continente do que nos Açores. Os custos da insularidade estão a tornar-se incomportáveis. Isto merece profunda reflexão.

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Combustíveis nos Açores

Notícia dos dia para os lados do Atlântico:


Já está: a gasolina 95 é mais cara nos Açores (gasolina 1.35 euros por litro) do que no continente (1.30 em Monção por exemplo).


Os custos da Insularidade estão a tornar-se incomportáveis. Vale a pena debater o futuro dos Açores em termos de condições de vida e de atractividade para residência permanente.

Cartaz Sanjoaninas 2011: Mau de mais


Dizem os autores desta pérola que este cartaz serve para "provocar as pessoas".
Pensei que um cartaz servisse para divulgar um evento de forma sóbria, enaltecendo o dito evento.
Este bem pode ser mais um símbolo da decadência a que chegou a liderança camarária de Angra do Heroísmo

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Em que medida os megagrupamentos escolares contribuem par a melhoria do ensino?

Ver este texto do jornal I.

Nos Açores, não se deve cometer o mesmo erro.