Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

sábado, abril 30, 2011

Posso votar na troika?

Segundo os jornais, nomeadamente o Expresso deste sábado, o pacote de medidas que a troika vai apresentar para a recuperação de Portugal parece-me o melhor programa eleitoral que vi desde que me lembre.


Qualquer liberal ficará feliz por alguém mostrar finalmente como e onde se deve reformar todo o sistema político, económico e financeiro do país.


Os programas eleitorais de qualquer partido deixaram mesmo de fazer sentido.


Ai, se a troika fosse a eleições...

Já temos baterista








é oficial: é o novo baterista dos Dream Theater

Sugestão para os canais televisivos de notícias

Em vez de convidar os comentadores do costume para falar de José Sócrates, convidem psiquiatras e psicólogos.



A atitude de vitimização, de culpabilização dos outros, a impossibilidade de rendenção, a recusa em assumir erros cometidos; a mentira descarada e o reinventar da história são sintomas de várias patologias do foro mental. Resta saber quais.



Já ouvi falar em sociopata.


Gostava de ouvir opiniões especializadas sobre o ainda Primeiro-ministro.




Reabilitação Urbana

A única coisa que se aproveita do programa do PS.


E, mesmo assim, esta ideia já vinha do Bloco de Esquerda e de muita gente que vive nas cidades e as vê definhar por causa do tempo e da falta de visão dos agentes políticos.

Avaliação dos professores

Por mais incrível que pareça, a decisão do Tribunal Constituicional pode ter beneficiado os partidos da oposição, nomeadamente o PSD, pois, perante o grito de contentamento do governo e do PS, é fácil deduzir em quem irão votar as centenas de milhares de professores, familiares e afins nas eleições de 5 de Junho.



Mais valia ao PS anunciar a predisposição em rever o modelo de avaliação vigente, por forma a encontrar um maior consenso.



Já se sabe que, mal ganhe as eleições, o PSD irá revogar a lei da avaliação e apresentar uma alternativa.


É a caça aos votos.

quarta-feira, abril 27, 2011

O divórcio de Mike Portnoy





Há meses atrás, Mike Portnoy, fundador e baterista dos Dream Theater, decidiu deixar a banda após 25 anos de vida em comum. O choque foi brutal para todos os fãs e para os outros elementos do grupo que nunca anteviram este triste desfecho.






Mike é um baterista de excepção. Mais de que um exímio baterista, é um criador de ritmos, um compositor e um letrista inspirado. Por isso é que já foi considerado várias vezes por revistas de especialidade como o melhor baterista de mundo.






O anúncio da sua saída da banda caiu como uma bomba. Na altura, achei que os Dream Theater iam acabar, pois a sua perda é para mim insubstituível. Porém, meses depois, fui informado de que a banda planeara fazer audições para encontrar um novo baterista. Claro que não gostei e senti-me traído, apesar de eles não me conhecerem de lado nenhum. As audições são muito selectivas, pois só 8 candidatos participam e, claro, são homens com grande experiência em palco e também eles exímios no instrumento. Graças ao youtube, as audições estão documentadas e é possível verificar a qualidade e a personalidade de cada um dos audicionados. Contudo, nunca será a mesma coisa. Daí o meu desalento.






Mike Portnoy deixou a banda porque se fartou da sua criação e porque, e posso o dizer agora, se apaixonou por outra banda. Sim, Mike conheceu uma “gaja” mais nova e essa novidade deslumbrou-o. Com os Dream havia muita responsabilidade, muita pressão e muito “déjà vu”. A nova banda – Avenged Sevenfold – dá-lhe um novo viver. Sim, o divórcio dos Dream é quase litigioso e percebe-se pelos comentários de John Petrucci que, de certa forma, foram traídos. Eles eram uma família que partilharam momentos intensos como o nascimento dos filhos ou os funerais de familiares e amigos. De repente, Mike conheceu outra e simplesmente deixou a tal a quem “jurara fidelidade”. Sinto-me traído também, mas afinal estamos a falar de música e a música, por mais tempos e contratempos que possua, nasce de sentimentos e de vivências.






No verão, as duas bandas estarão em Portugal (obviamente em duas datas diferentes). Desde 1999 que eles fazem parte da minha vida. Por um lado, é bom saber que eles continuarão a tocar por mais uns tempos.

Sócrates e Maquiavel

A entrevista de ontem mostra até onde o homem é capaz de chegar para se manter no poder.

Só o PS é que percebe de política

O PS acusa os PSD de dois coisas:



  1. Não ter propostas para o país;


  2. Quando tem ideias, essas são irresponsáveis ou criadoras de mais injustiças e desigualdades.

Estado Social do PS

Estou ansioso por conhecer as propostas do PS quanto ao Estado Social para os próximos anos.

terça-feira, abril 26, 2011

Alívio e esperança

Com a chegada da ajuda externa, há um misto de alívio e de esperança que perpassa pelos portugueses.


Alívio por existir entidades (nem que sejam estrangeiras) que irão pôr as finanças do país em ordem.


Esperança por essas entidades reformarem verdadeiramente o país.


O única problema é que a esperança está adiada, pois já todos perceberam que o sofrimento e os sacríficios ainda pouco se fizeram sentir.

segunda-feira, abril 25, 2011

INXS em Angra?

Era importante falar com o agente dos INXS e pedir-lhe para colocar a data do concerto no site oficial da banda em Angra durante as Sanjoaninas.



Há muitos fãs por este mundo que que seriam capazes de se deslocarem até cá para assistir ao concerto. Tudo serve para divulgar a Ilha Terceira.

domingo, abril 24, 2011

Não percebo como ainda pode haver dúvidas

A escolha de Fernando Nobre para deputado à Assembleia da República pelo PSD pode ter sido infeliz, mas a forma como foi apresentado é inqualificável (até a palavra amadorismo soa a eufemismo).


O único contentamento é olhar para lista dos deputados pelo PS e perceber que pior é sempre possível.

Ainda há-de ser líder do PS Açores

Não deixa de ser irónico que o partido que governa os Açores e que sempre repudiou as acusações de falta de oxigénio democrático tenha como principal candidato a deputado um usurpador de gravadores acusado em tribunal de atentado à liberdade de imprensa.

quinta-feira, abril 21, 2011

Os ajustamentos da Globalização






Muitos se interrogam sobre a triste sina de Portugal. Outros manifestam desalento por terem alertado no passado a inevitabilidade desta crise. Mas uma dúvida persiste: será o problema ainda mais grave do que aparenta? Será que a situação económica e financeira dos países mais pobres da zona Euro só é resolvida com medidas de austeridade? Não estará em causa, na realidade, um certo padrão de existência adoptado e que se tornou insustentável?




Presentemente, toda a riqueza mundial está nas mãos de 2% da população. Como se percebe, a riqueza está mal distribuída no mundo - e em cada país -, e a situação piora quando se sabe que há um fosso cada vez maior entre ricos e pobres. Mas nem tudo é mau.




A globalização permitiu que países outrora pobres prosperassem graças às suas riquezas naturais ou graças à sua mão-de-obra. Os países emergentes entraram no mercado global competindo contra o monopólio financeiro detido pela Europa e pela América do Norte. Pensava-se que a “abolição” das fronteiras – com o advento das tecnologias de informação e comunicação e a diversificação dos meios de transporte - iria trazer uma prosperidade segura e duradoura a todos os povos do planeta. A Paz Mundial parecia tornar-se realidade. Porém, praticamente vinte anos depois de o mundo se ter tornado plano, descobrimos aos poucos, mas de forma dura, as primeiras falhas da globalização.




Tenho uma certeza. Depois do resgate a Portugal, à Grécia e à Irlanda, outros países virão. Não é uma conspiração das agências de rating. Mais do que um efeito dominó, trata-se de uma consequência daquilo a que chamo ajustamento da globalização. O facto de o défice dos Estados Unidos se ter transformado num problema internacional comprova o quanto as economias dependem umas das outras. Agora a má notícia: considero que a solução não passa por nós. Aliás, acho que nem tem solução porque este ajustamento obriga a uma mudança de paradigma dos países desenvolvidos localizados na sua maior parte no Ocidente, à qual nenhum povo está preparado.




O progresso das nações desenvolvidas obrigou-as a criar encargos sociais que se foram acumulando com o tempo. O Estado-providência foi crescendo imparavelmente. Os salários foram aumentados graças à força dos sindicatos e à circulação do dinheiro muito dele virtual, mas na verdade nunca acompanharam a inflação. Os bens essenciais e os de luxo aumentaram o seu custo de forma desproporcional. A sociedade de consumo pressionou as pessoas a adquirir bens de todo o género e muitos deles irrelevantes para as suas vidas. A riqueza de alguns era (e ainda é) elogiada e admirada pela maior parte das pessoas com um misto de inveja à mistura. O mundo dos sonhos, criado e alimentado pela indústria cinematográfica e musical, conseguiu distrair as pessoas do essencial: como é que alguém podia enriquecer tanto sem ter contribuído de forma real para o bem da sociedade?




É preciso perceber a amplitude e as repercussões no futuro da actual crise que está focada principalmente nos países ocidentais. Os países emergentes estão com altos índices de crescimento em todas as vertentes porque partiram do nada, de uma extrema pobreza. Porém, não só existe milhões e milhões de novos clientes como as multinacionais se deslocam para esses países porque o preço da sua mão-de-obra e as suas políticas fiscais são imbatíveis. É verdade que em Portugal os nossos salários são na sua maioria baixos, mas mesmo assim demasiado altos para competir com os da Índia ou da China.




Apostar na qualidade dos produtos, na prestação dos serviços e na formação dos trabalhadores constitui, à primeira vista, uma estratégia sensata. Contudo, não é suficiente porque estes países asiáticos têm uma demografia elevadíssima, o que lhes permite dispor não só de mão-de-obra barata e pouca qualificada como também de pessoal com altas habilitações técnicas e científicas. O ajustamento da globalização passa por isto: a Europa e a América do Norte estagna, enquanto os países emergentes vão crescendo. Uma espécie de balança da globalização que acerta o peso ideal do desenvolvimento mundial, ora pendendo para um lado, ora para outro.




O défice do nosso crescimento não se deve à falta de produtividade (veja-se os Estados Unidos e a Alemanha), mas à concorrência que se diversifica e se intensifica por todo o globo. Para colmatar essa falha, os governos vêem-se a obrigados a desvalorizar os salários e a reduzir drasticamente os direitos adquiridos e os apoios sociais. Por isso, falar em falta de produtividade é falacioso. Alguns países emergentes não se regem pelas mesmas regras. Os governos pouco podem fazer. Apesar de o dinheiro ser em papel, ele não é infinito.




Como temos visto, a competição económica entre os países tornou-se agressiva porque é assimétrica, isto é, encontram-se todos no mesmo patamar, mas aplicam regras do jogo diferentes. O proteccionismo ganha nova força e o egoísmo entre as nações aumenta. Os partidos extremistas e xenófobos tornam-se vozes activas porque aproveitam-se das fragilidades do sistema e dos receios dos cidadãos. Não é de estranhar que a esperança de vida possa diminuir nos países desenvolvidos por causa da crise. A insegurança e a violência também. Este é o terreno ideal para os populistas; Hitler foi o exemplo perfeito.




Os países emergentes têm uma oportunidade para não ir pelo mesmo caminho do Ocidente. Contudo, o mesmo filme repete-se: lá também os ricos são cada vez mais ricos e os pobres mantêm-se na sobrevivência. Deviam aprender com os nossos erros.




Quanto a nós, resta-nos aceitar este destino, alterando os nossos padrões de vida, reforçando os laços de solidariedade e de respeito para com o outro, e impedindo a relativização dos nossos valores seculares. Humildade e altruísmos serão as palavras de ordem. Fiscalizar a acção política e empresarial será umas das nossas maiores batalhas para os próximos tempos. O rastilho da convulsão social já arde.

domingo, abril 03, 2011

O bom, a má e a convencida



1. Carlos César anda preocupado. Anda preocupado com o futuro da única SCUT que existe no arquipélago e que por acaso está a ser construída em São Miguel.


Não tenho problemas em dizer que as SCUT são uma das inúmeras aberrações que o socialismo criou. Por todo o país, já se percebeu que essas estradas devem ser portajadas, porque as discriminações positivas só levam a mais desigualdades (apesar da justificação oficial apontar para a crise). Contudo, nos Açores o PS defende a sua dama, sustentando que quem as usa não deve pagar, porque o Sr. José da Serretinha na Ilha Terceira, que nunca irá passar por aquela estrada, vai contribuir com o seu dinheirinho da pensão. Como se diz na gíria SCUT: sem custos para os utilizadores, com custos para todos os açorianos.


Podem chamar-me demagogo, mas em termos de demagogia quem ganha o prémio é justamente Carlos César quando defende que com ele as SCUT nunca serão cobradas, acrescentando que já não pode dizer o mesmo do PSD Açores se este ganhar as eleições. Apesar de não ser porta-voz do PSD, faço a seguinte afirmação: o Sr. José bem como todos os açorianos podem ficar descansados, continuaremos a pagar a SCUT porque o PSD Açores nunca se atreverá a colocar portagens numa estrada em que é também autorizada a circulação de vacas.


2. A nova Secretária Regional da Educação, Cláudia Cardoso, entrou a matar. Percebeu que só haveria sucesso nas escolas se o poder político se reconciliasse com os professores. Porém, como portuguesa que é, saltou do oito para o oitenta.


Quando anunciou que iria multar pais que não participassem na educação dos filhos, o meu primeiro instinto foi o de querer bater palmas. Para mim, alguns pais até mereciam prisão por serem tão negligentes para com os filhos. Mas isso sou eu. Pensando bem e a frio, multar os pais é como atirar a toalha ao chão. É desistir da luta que o reforço da autoridade dos professores implica para o bem das escolas e dos próprios alunos.


Ainda para mais, quando a Secretária Regional diz que as sanções devem ser definidas e aplicadas pelos Conselhos Executivos. A mim, parece-me que, para além de desistir, o poder político queira sacudir a água do capote (expressão muito em voga).


O reforço da autoridade não se resolve com coimas. Até chegar a esse acto de rendição, ainda existe muitas alternativas. Em termos disciplinares, o problema das escolas é similar. Tem de haver uma concertação entre as direcções de maneira a actuar em conjunto e de forma coerente, informando e formando os professores e auxiliares para tal.


Um exemplo. As escolas têm falhas de segurança graves que propiciam a indisciplina e potenciam a violência. Os acessos aos espaços escolares têm de ser controlados para impossibilitar a entrada de estranhos e a saída de alunos menores em tempo de aulas. Não se compreende que uma escola (como acontece em todas elas) tenha nos intervalos crianças a entrar e sair do recinto como se fosse a coisa mais natural do mundo.


Não, Senhora Secretária, a autonomia das escolas não pode servir de argumento para explicar esta situação. O governo que se dê por feliz por nunca ter acontecido algo de grave como um rapto ou um acidente mortal. Mais vale agir por precaução.


Em 2004, lutei para que o tabaco e o fast food fossem banidos das escolas. O bom senso acabou sempre por prevalecer.


3. Se a minha consideração pela Secretária Regional da Solidariedade Social, Ana Paula Marques, fosse cotada por uma agência de rating, seria considerada lixo, e acrescento tóxico.


Num dos últimos debates que ocorreu na Assembleia Regional, a Secretária afirmou que as políticas sociais dos Açores são das melhores do país e até da Europa. A presunção foi sempre considerada um defeito, mas nos políticos é uma confirmação de carácter. Depois do episódio da bolsa do filho, com esta última tirada dá para comprovar o tipo de pessoa por quem Carlos César nutre toda a confiança.


Se eu fosse do PS, andaria mais preocupado com uma crise que se adensa e cujos efeitos, neste início de 2011, demonstram que vai perdurar nos Açores por mais uns anos. Toda a estratégia para as eleições de 2012 tem de ser revista.