Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

domingo, janeiro 31, 2010

Concordo

Pacheco Pereira

Paraíso Perdido T2C20



A conspiração da Gripe A

Estalou a polémica na Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dos seus altos responsáveis nega que houve pandemia da Gripe A e acusa os laboratórios farmacêuticos de ter ligações suspeitas com a OMS. Por enquanto, são acusações graves que carecem de provas mas não espantam parte da população mundial, porque as teorias de conspiração sempre deliciaram o imaginário de cada um. No entanto, a dúvida subsiste e é pertinente: o medo que a gripe A despoletou foi real ou foi intencionalmente exagerado?


Se nos lembramos de como começou, o México - vai-se lá saber porquê – iniciou as hostilidades e o nível de contágio parecia altíssimo. Gerou-se logo o pânico não por causa da doença em si, mas por causa do empolamento feito pela televisão. A gripe espalhou-se pelos diversos continentes e, rapidamente, governos e laboratórios trataram de encontrar formas de combater a ameaça. Sendo uma estirpe da gripe, o receio prendia-se com a sua rapidez de contágio, a ameaça que ela representa para seres saudáveis (ao contrário da gripe sazonal) e as possíveis mutações que pode ter, pois o vírus ainda não está devidamente estudado.


A vacina e o tratamento foram introduzidos no mercado e, perante o medo, os governos compraram milhões de doses de vacinas e de medicamentos. No entretanto, apostava-se em medidas preventivas de higiene e de redução de contacto entre as pessoas, e rezava-se para que não houvesse muitas mortes, tendo em conta as previsões que apontavam para centenas de milhares de vítimas em cada país.



Até agora, morreram 14.142 em todo o mundo e 98 em Portugal. Felizmente, com estes resultados, não se pode falar em pandemia. Alguns governos e órgãos de comunicação social começam então a especular sobre uma possível conspiração.


Enquanto não se apura a verdade (coisa que provavelmente nunca acontecerá), é importante que os governos percebam o que correu bem para que os danos fossem diminutos comparados com o previsto. As medidas preventivas, nomeadamente no que toca à higiene, foram muito profícuas. Este comportamento asséptico entrou no nosso estilo de vida e é de prever que se mantenha no futuro. O que não podemos é viver constantemente com o medo de que um vírus dizime parte da população (o que nos remete de certa maneira para a onda de pânico que se criou à volta das ameaças terroristas).


Como tal, convém que a próxima vacina da gripe sazonal já contenha o derivado contra a gripe A e que a OMS reveja a forma de analisar os dados para impedir o pânico empolado e alimentado pela comunicação social. Infelizmente, haverá sempre quem lucre com a desgraça dos outros, mas com estes acontecimentos, desde a doença das vacas loucas até ao H1N1, o mundo tem-se preparado para uma potencial pandemia que está cada vez mais perto e essa sim verdadeira.



Venezuela, mon amour

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anda desamparado. A sua queda do poder parece iminente - e não é por culpa nem da CIA nem da oposição política interna. A culpa é da sua total incompetência para gerir um país potencialmente rico e próspero.

Perante os problemas que ele próprio criou, Chávez passa por uma situação de paranóia que o impede de ver e actuar por forma a corrigir o que está mal na sua governação. Este estado de espírito, roçando a esquizofrenia, tomou conta dele e quem está ao seu lado, por perceber o que se passa e o que se antevê, começa a pedir demissão ou a afastar-se. Quem paga as loucuras do autocrata é, como sempre, o povo que não aceita a imposição de um clima de austeridade insustentável e incompreensível. A pobreza aumenta e a criminalidade toma proporções típicas de um cenário de guerra civil; por alguma razão Caracas é uma das cidades mais perigosas do mundo.

Na Europa, houve quem ficasse seduzido pela “Revolución Bolivariana” que Chávez tanto quis implementar. Actualmente, a desilusão e o desconforto imperam porque, afinal, a América do Sul não tem remédio: quanto mais abominam a América capitalista e mais gritam pelas virtudes do socialismo, mais o seu povo sofre.

sábado, janeiro 30, 2010

A green al-Qaeda

Que tipo de novos atentados se pode engendrar para responsabilizar os países ricos?
No seu discurso, Bin Laden faz referência a Noam Chomsky. Em consequência, os seus livros vão ser êxitos de vendas na amazon.
Tudo tão capitalista!

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Salvamento de pescadores


Daqui dos Açores, todo este destaque só dá para sorrir, não fosse isto o pão nosso de cada dia.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Dois estudantes morrem em protestos na Venezuela

A saga continua. A queda de Chávez é iminente.

Tem duas hipóteses:

  1. Torna-se um ditador como deve de ser e não um presidente maricas, isto é, em vez de encerrar estações televisivas e obrigar as lojas a praticarem o mesmo preço, enceta pela via da repressão e opressão com apoio dos militares e das forças policias. Haverá mortes mas o povo terá medo e se acalmará.
  2. Deixa as coisas como estão, acusando a América e a CIA de querer desteabilizar o país mas acabará por cair na mesma, por imposição do povo e manigância da oposição política.

A Venezuela deixou de ser um país de confiança porque a revolução de Chávez não está a resultar mesmo sendo um dos maiores exportadores de petróleo. Isto, aliás, piora a situação e aumenta a cobiça pelo poder dos poderosos não só nacionais como os de fora.

Perante os problemas, Chávez passa por uma situação de esquizofrenia que o impede de ver e actuar de forma a corrigir o que está mal na sua governação. A paranoia tomou conta dele e quem está ao lado dele começa a fugir sub-repticiamente.

A queda dos ditadores é quase sempre da mesma forma. Só que agora não se chamam ditadores, mas sim autocratas.

Aliás, como escreve Thomas Friedman no seu último livro Quente, Plano e Cheio: "Estados ricos em petróleo, o preço do crude e o ritmo da liberdade tendem a mover-se em direcções opostas. Ou seja, quanto maior o aumento do preço médio global do crude, mais se deteriora a liberdade de expressão, de imprensa, as eleições livres e justas,a liberdade de associação, a independência judicial, o cumprimento da lei e a criação de partidos políticos independentes e organizações não-governamentais."

terça-feira, janeiro 26, 2010

O folhetim venezuelano continua

Parece que estou a implicar, não é?

Impressionante é ver como um casal pode deter duas pastas ministeriais num mesmo governo.

domingo, janeiro 24, 2010

Venezuela proíbe de novo televisão crítica de Chávez

Tal como uma boa telenovela sul-americana, há desenvolvimentos todos os dias.

Todas estas movimentações só podem significar que andam a tremer no governo de Chávez.

Paraíso Perdido T2C19



Será que os livros vão desaparecer?

Tenho andado com dúvidas existenciais. Nada de preocupante, mas o suficiente para apoquentar os meus primeiros dias deste novo ano. Ao inventar a tipografia, o alemão Gutenberg, revolucionou o mundo porque tornou a reprodução e a divulgação do conhecimento acessível a todos. Presentemente, os livros são editados aos milhares todos os dias, em centenas de línguas e dialectos. No final de 2009, ocorreu um acontecimento que poderá ditar o fim dos livros tal e qual os conhecemos.

O site amazon.com aproveitou as festividades natalícias para lançar um novo produto: o livro electrónico chamado Kindle. Esta novidade é um sucesso de vendas. O conceito e-book reader já existia mas nunca vingou no mercado livreiro. No entanto, a amazon conseguiu criar um dispositivo electrónico com um design mais atractivo e, sobretudo, com funcionalidades que facilitam a aquisição de livros e jornais. A revolução reside precisamente na possibilidade de adquirir conteúdos literários e jornalísticos a partir do próprio equipamento que tem ligação wireless e o download dura menos de um minuto. Obviamente, por não ter custo de impressão, os preços dos livros são mais baratos, e a sua capacidade de memória permite-lhe armazenar centenas de publicações.

Percebendo o potencial deste novo produto, outras marcas como a SONY ou a ASUS atiraram-se a esse mercado, ainda emergente, e a empresa americana Barnes&Nobles, concorrente da Amazon, lançou o seu nook que foi considerado o melhor gadget de 2009 e que por causa disso se encontra esgotado no momento em que escrevo este texto.


Pode parecer estranho, mas não estou mandatado para publicitar esses produtos e essas marcas. O ponto é que com este ainda pequeno acontecimento tecnológico, dei por mim a questionar-me se o conceito secular de livro irá continuar no futuro. De facto, tenho sérias dúvidas disso. As implicações que este novo gadget pode ter na vida das pessoas são impressionantemente promissoras. Basta imaginar os alunos a usar este aparelho nas aulas, substituindo os tradicionais manuais, podendo assim estudar com esta nova ferramenta electrónica. Se eu fosse o Primeiro-ministro, ponderaria seriamente sobre o assunto. Se eu fosse presidente de uma grande editora livreira, iria aos Estados Unidos sondar as referidas empresas para ser o representante na Europa. Mas enfim, estou a divagar.


Em Portugal, a moda em termos de prendas de Natal incidiu sobre as máquinas de cafés, depois dos passepartouts digitais e dos iphone. Algum palpite em relação à próxima tendência para Natal de 2010? Eu tenho.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Hugo Chávez acusa EUA de provocar sismo

Todos os dias, há novidades para os lados da Venezuela.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

O perigo Chávez

"Em Outubro, o Parlamento venezuelano aprovou uma lei que pune, com prisão até cinco anos, quem venda jogos e videojogos que as autoridades considerem “bélicos”.
Ler o resto da notícia que é extraordinário (nem estou bem seguro que isso seja verdade, mas o DN é de confiança).
Ele é perigoso porque fora da Venezuela, há gente que o leva a sério.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Açores, que futuro?

Por causa da indignação que a última parte da minha entrevista ao DI de 14/01 despoletou, sinto-me obrigado, por uma questão de respeito, a dar esclarecimentos. A entrevista que concedi ao jornal foi enquanto presidente do Grupo Amigos da Terceira (GAT). Assim sendo, não posso pôr em causa a idoneidade deste grupo que existe há mais de meio século, nem criar a falsa ideia de que o GAT não vê mais nada senão a Terceira. Nunca foi minha intenção ofender alguém, mas se isolarem a última pergunta do resto da entrevista, desprovendo-a do seu contexto, compreendo que esta seja tomada como ofensa.


Antes de mais, para ser claro, nunca afirmei que o Corvo devia deixar de ser habitado. É óbvio que não tenho nenhuma autoridade, seja ela qual for, para tecer tal sentença. A verdadeira questão que se pôs tem que ver com algo mais profundo e por isso mais difícil de analisar sem deixar que os sentimentos emerjam à flor da pele.


Muitos açorianos, com responsabilidades políticas ou com papel de relevo na sociedade, têm manifestado a sua preocupação por aquilo que consideram ser a centralização do poder na ilha de São Miguel em detrimento das outras ilhas (o tema da entrevista incidia sobre a concentração da frota da SATA em Ponta Delgada). Nos últimos anos, tem-se visto algumas instituições e alguns organismos a serem “deslocalizados” para a maior ilha do arquipélago. Fará sentido defender esta centralização, como o fazem algumas personalidades açorianas, somente numa perspectiva de contenção de custos e de rentabilidade económica? Se o faz, tal como o tinha dito anteriormente, mais vale centralizar todos os organismos políticos numa só ilha. Então, a partir deste prisma, torna-se igualmente possível questionar a sustentabilidade das ilhas mais pequenas.


Reconheço, no entanto, que é errado pensar assim e defendo que o desenvolvimento dos Açores não pode ser encarado unicamente nessa óptica.


Ao expor este descontentamento, não se trata de desconfiar da boa vontade dos governantes, pretendo antes chamar a atenção para os efeitos colaterais que essas medidas economicistas possam ter no futuro. As ilhas mais pequenas têm sofrido com a desertificação (fenómeno que atinge também o interior do país e os principais centros urbanos). Porém, numa ilha, as consequências são ainda mais dramáticas. Por isso, este assunto é de crucial importância porque nos remete para o futuro dos Açores e a respectiva viabilidade enquanto arquipélago com nove ilhas, todas elas habitadas.


Deste modo, ao lançar aquela pergunta, o objectivo foi o de abanar as consciências para que a discussão se faça, mediante a seguinte questão: qual é o futuro dos Açores? A partir daí, surgem naturalmente outras perguntas como por exemplo: qual deve ser o seu modelo de desenvolvimento? Como impedir a desertificação? Como tornar a região menos dependente do exterior? Para quem governa a região, este debate faz todo o sentido porque obriga a delinear um rumo que abarque as ilhas como um todo, reduzindo as injustiças. Mas outras dúvidas surgem e estas mais controversas. Com que custos (em termos de segurança, mas igualmente em termos económicos) se mantém uma ilha com escassa população? Apostar massivamente numa política energética tornará a região praticamente auto-suficiente, mas a questão da segurança estará sempre presente.


Para mim, viver numa ilha não deve trazer inconvenientes, mas benefícios. As iniciativas do governo em garantir que as condições de vida e de acesso aos mecanismos sociais sejam as mesmas em todas as ilhas são louváveis. Mas será isso o suficiente?

domingo, janeiro 17, 2010

Paraíso Perdido T2C18


Haiti, o renascer das cinzas

Este país só o é de nome e por causa do seu povo. O Estado nunca existiu verdadeiramente. Afogado em anos de conflitos e guerra civil, para quem pensava que pior não existia, a natureza tratou de mostrar que o Homem não é nada ao pé dela.


Perante a ajuda mundial e a onda de solidariedade vinda de todo o mundo é possível sonhar com um depois, com um futuro em que o Haiti se pode transformar numa nação. Contudo, ainda é cedo para repensar na reconstrução das infra-estruturas quer físicas quer políticas. Ainda muitas vidas há por salvar neste preciso momento.

Mas quando chegar o tempo de pensar no futuro dos haitianos, espera-se que a ONU consiga galvanizar novamente os países para um entendimento de forma a fazer renascer um Haiti com o seu povo e para o seu povo.




A inevitabilidade das Low Cost

Se há uma coisa que os portugueses perceberam nestes últimos tempos é que a modernidade – no seu conceito mais primário – vingou em Portugal não só na vertente económica e cultural como também nos costumes. É óbvio que quando esta modernidade pressupõe a melhoria da qualidade de vida das pessoas a sua aceitação é pacífica e até cobiçada.


A petição que circula na região sobre as companhias aéreas Low Cost simboliza o anseio por muitos açorianos de viajar de avião a preços baixos. O facto de vivermos num arquipélago aumenta a ânsia em romper com a barreira marítima que encarece e dificulta o acesso à modernidade e ao cosmopolitismo.


Políticos e economistas explicam as vantagens e desvantagens das Low Cost nos Açores. Para a maior parte das pessoas, as possíveis desvantagens fazem pouco sentido porque se sabe que essas companhias aéreas são um autêntico fenómeno de sucesso na totalidade dos países onde operam. Até parece que os Açores são a única região do mundo onde o incentivo à concorrência pode ser prejudicial. Ainda para mais quando se suspeita que a TAP e SATA detêm o monopólio dos transportes aéreos na região (não podemos esquecer o que aconteceu à extinta Air Luxor que foi afastada ilegalmente do concurso para operar a rota dos Açores).

Não deixa de ser verdade que tem havido progressos na forma como as duas companhias portuguesas tentam reduzir o preço das viagens, mas esses esforços revelam-se insuficientes e insatisfatórios.



Para aqueles que ainda têm dúvidas é preciso dizer que as companhias Low Cost são como os centros comerciais, isto é, são uma inevitabilidade que, mais cedo ou mais tarde, chegará à região.



Estigmatizar os turistas


Na semana em que o turismo está na ordem do dia, tem-se visto pessoas a defenderem que os Açores não podem aceitar qualquer tipo de turista. Esta sugestão fez-me lembrar os tempos em que Mota Amaral chefiava os desígnios da região, defendendo o mesmo e em que o PS se opunha fortemente a esta perspectiva redutora do potencial turístico da região. Como se sabe, só com o PS é que se deu um salto em termos de afluência turística e promoção do arquipélago no mundo. Volvido este tempo, parece que demos um passo atrás.


É lógico que qualquer região do mundo queira turistas ricos, pacatos e simpáticos. No entanto, as coisas não funcionam assim. É também indubitável que a aposta do governo regional nos turistas oriundos dos países nórdicos não foi de todo bem sucedida. Apesar de terem um grande poder de compra, verificou-se que, omissa a aquisição do pacote turístico, grande parte desses turistas pouco gastou nas ilhas visitadas. Agora uma coisa é certa, com eles a natureza foi preservada.


O tipo de turista de Ibiza nunca será igual àquele dos Açores, mesmo que os custos de deslocação e alojamento sejam idênticos nas duas regiões. Nesse sentido, não há perigo em tornar os Açores um destino turístico mais barato. O perigo reside nalguns nativos que não têm o mínimo de respeito pela bênção que a natureza lhes deu.

domingo, janeiro 10, 2010

Paraíso Perdido T2C17


Os atrasados e os anormais

Em Portugal, o debate sobre questões de consciência equipara-se a uma partida de futebol entre duas equipas rivais. Não há meio-termo: ou se está de um lado ou do outro. E quando se está de um lado é-se obrigatoriamente contra o outro. O casamento entre homossexuais foi aprovado perante a alegria dos que estão a favor e a fúria dos que estão contra. A discussão anterior à votação, quer no parlamento quer nas ruas, evidenciou um país dividido entre aqueles que proclamam o neo-modernismo dos valores da sociedade e os outros que desesperam perante a negação dos valores tradicionais.


Para os defensores da causa Gay, os adversários são vistos como uns conservadores atrasados, o que resulta num desprezo quase violento. Para os que são contra, os Gay são vistos como uns anormais, pois defendem um estilo de vida que lhes causa incompreensão e até repulsa. Depois de séculos – dizem os apoiantes da causa Gay – de discriminação e de brutalidade, a causa tem a sua primeira vitória. Supostamente, foi a partir da legalização do aborto que a modernidade chegou ao país.

Tenho tido imensas dificuldades em escolher umas das trincheiras desta guerra de consciência porque não me identifico com nenhuma. E provavelmente haverá mais pessoas como eu. Por isso, pensando bem, talvez me considere um atrasado anormal. Isto porque não me revejo na causa Gay, não compreendo a homossexualidade e defendo o casamento tradicional, mas, por acreditar na liberdade e responsabilidades individuais, aceito perfeitamente que o casamento seja alargado a pessoas do mesmo sexo. Afinal, a palavra normal é cada vez mais tabu. Mais vou ainda mais longe do que o PS: não percebo a razão de se proibir a adopção. Acho que ao legalizar o casamento, torna-se inconcebível proibir a adopção. A “reserva moral” que serve de argumento a José Sócrates causa-me confusão e só a consigo entender à luz do risco de pederastia como José Pacheco Pereira alega se tratar.


Os tempos vão mudando e, apesar de se proclamar que há cada vez mais liberdade, o Estado é que tem definido que tipo de liberdade os cidadãos podem ter.





Perseguição aos gordos


Com o tempo, cheguei à conclusão que gosto de chicha. Quando olho para uma mulher magra, vêm-me logo à memória imagens associadas à fome. Há que ter calma: não defendo excessos nem de um lado, nem de outro. Mas nos padrões actuais da moda, a magreza anoréctica tem feito furor para desespero de muitos homens!


Vem isto a propósito de uma discussão pública em certos países da Europa, como a Espanha, que incide sobre a possibilidade de se criar uma taxa sobre comida com altos teor de gordura do tipo fast food. O objectivo é fazer com que as pessoas ingiram comida mais saudável. Como a estratégia de informar e educar as pessoas não parece funcionar, ei-los a tomar medidas mais drásticas, desde a proibição de alimentos com alto teor de gorduras até à taxação de guloseimas.



Poderíamos culpar os obesos pelo aparecimento destas medidas que vão certamente fazer sucesso em todos os países da UE, incluindo Portugal. Mas prefiro culpar o Estado, esta entidade que promove cada vez mais o fascismo higiénico, determinando como um ser humano deve ser: magro, saudável e asséptico. E eu a pensar que já tínhamos esgotado todas as questões fracturantes.



Ecologista céptico


Por falar em questões fracturantes, Existe uma deriva de alguns ecologistas que se alimentam da tragédia apocalíptica para fazer valer os seus pontos de vistas.


A novidade prende-se agora com a forma como se combate o aquecimento global e Copenhaga deveria ter servido para repor esta questão no cimo do debate. Tudo se resume à diminuição do CO2?


A solução passa exclusivamente pelas energias renováveis? Como podemos aceitar que empresas apresentem novos meios de transporte não poluentes completamente desadequados da realidade e piores do que aqueles que temos actualmente? Como viabilizar aviões que precisam quase da terra de um país inteiro para produzir biofuel só para uma viagem? Já agora, quem entra com dinheiro para essas experiências? O privado?


Pagar uma taxa de carbono? Por que razão as pessoas devem pagar uma taxa penalizadora se necessitam de se deslocar para o trabalho no seu carro por não ter alternativas? O mundo não se resume a centros urbanos (que de facto dispõem de transportes públicos eficientes). Já agora, por que razão as pessoas têm de ser penalizadas pelo facto de preferirem andar no seu carro em vez de sofrer as multidões do metro ou dos autocarros?


Estará o mundo assim tão mal quando sabemos que as pessoas vivem mais tempo e com melhor saúde? Incluindo o terceiro mundo que na verdade se depara com um problema mais grave pelo facto de ter governantes corruptos e gananciosos?


Já agora, por que razão os ambientalistas mais radicais não optam por um estilo de vida adequado com o que pregam na onda dos Amish da Pensilvânia? Pois, custa passar de carro para cavalo.

sábado, janeiro 09, 2010

Momento histórico


A série que inaugurou uma nova forma de fazer séries televisivas chega ao fim

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Criar uma taxa contra a gordura

Eis o que alguns países da UE se lembraram de fazer: taxar a comida fast food rica em gordura.
O objectivo é fazer com que as pessoas comam comida mais saudável. Como a estratégia de informar e educar as pessoas não parece funcionar, ei-los a tomar medidas mais drásticas, desde a proibição de alimetnos com alto teor de gorduras até à taxação de guloseimas.
Podemos culpar os obesos pelo aparecimento destas medidas que vão certamente fazer sucesso em todos os países da UE, incluindo Portugal.
Ao mesmo tempo que se debate esta questão, outra não menos pertinente está na ordem do dia: devem os aeroportos recorrerem aos "scanners" para controlar melhor os passageiros e putativos terroristas, en nome da privacidade e dignidade pessoais.
Pode parecer que não, mas estes dois assuntos têm muito mais coisas em comum do que parece à primeira vista.