Complot

Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...

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Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal

terça-feira, maio 29, 2007

Na caixa que mudou o mundo


Após ter visto o final da terceira temporada da série Lost, tenho de reconhecer que os argumentistas e produtores são extremamente inteligentes. Esta série trouxe uma lufada de ar fresco no processo de escrita de folhetins de que muitas outras séries agora se inspiram.



A série é tão inovadora que a rede de televisão americana ABC fez um contrato com os produtores até 2010. A série acabará nesse ano. Isto quer dizer que a construção dos episódios obedece a uma lógica narrativa e não anda ao sabor das audiências. Também, não sou ingénuo. Reconheço que a participação efémera do actor brasileiro foi uma aposta falhada, visto que a sua personagem não tem qualquer fundamento no cerne da história.



O dois episódios finais são avassaladores. Quem conhece a série, sabe que há momentos de flashbacks ou analepse em que se mostra o percurso de uma determinada personagem antes da queda do avião. Nesses últimos dois, sem o saber, os intervalos na narração dos perdidos na ilha, dão lugar a flash-forwards ou prolepses - saltos no futuro - em que se vê algumas personagens já em plena cidade, depois, suponho eu, de terem sido salvas da ilha. No último momento, encerrando a terceira temporada, é que percebemos que são momentos futuros e não passados como a série nos tinha habituado.



Em termos de construção narrativa é genial. Muitos mistérios já foram desvendados, mas há um que tinha dado lugar a suposições. A ilha não é de todo o purgatório ...



Lost é sem dúvida um fenómeno televisivo. Resta esperar até 2008 para a continuação...

Sobre as democracias disfarçadas e fronteiras fechadas

A notícia do dia é a do encerramento do maior canal televisivo venezuelano supostamente por prejudicar o governo de Chávez. As ditadureas são assim; nada de novo se aprende com esse homem.
A oposição e todas pessoas que viam o tal canal e reclamam pelo seu encerramento poderiam sair do país por achar que a sua liberdade individual e colectiva se encontrem ameaçadas. Por isso, a ideia de fechar fronteiras, impedindo a imigração em massa pode ser a resposta para este dilema venezuelano como qualquer outro em qualquer outra região do mundo.
Países em que a liberdade está ameaçada, em que a fome e o desgoverno imperam merecem a atenção da comunidade internacional. No entanto, cabe aos naturais desses países, sobretudo os mais esclarecidos, acabar com estes flagelos ditatoriais, expulsar os incompetentes e corruptos do poder para dar lugar à democracia. Se se exilarem no estrangeiro, serão vozes esquecidas, sem qualquer influência. Viverão num conformismo de oposição que em nada beneficiará a sua causa. Sofrendo na pele os males das ditaduras obrgar-lhes-à a tomar uma posição mais activa e, se for possível, radical.
À comunidade internacional, só lhe restará a obrigação diplomática e o apoio às oposições.
A queda de Chávez está para breve. A partir de agora, só tem dois caminhos: reforça a sua autoridade, assumindo o seu objectivo de homem único, poder único ou haverá mais manifestações e greves que culminarão com a perda da cadeira do poder no meio de uma guerra civil.

domingo, maio 27, 2007

O milagre da vida

Para o mundo, eis a minha Catarina

Em Portugal, quando se fala em milagres, associa-se logo Fátima e Pastorinhos. As pessoas, em geral, concebem o milagre como um acontecimento sobrenatural, inexplicável quando, por exemplo, alguém sobreviveu de um acidente desastroso ou de uma doença incurável. Contudo, por todo o mundo, todos os dias, a todas as horas, acontecem milagres que, por serem tão comuns, tão naturais e previsíveis deixaram de ter a sua relevância epistemológica. Falo do nascimento de uma criança.




Na vida, todos nós temos as nossas decepções. Desiludimo-nos com pessoas próximas que falharam quando esperávamos algo mais delas; desiludimo-nos com a sociedade e com quem a governa por não cumprir para com as suas obrigações. A desilusão é o resultado de uma expectativa criada não correspondida. Há quem viva em constante frustração por esperar demasiado dos outros quando, às tantas, não dá muito de si. Há outros, inconformados, que lutam pela felicidade porque antes de este sentimento ser um estado ele é, primeiro, uma procura.




A vida nunca foi fácil. Sendo a realidade dinâmica, as dificuldades adaptam-se aos tempos e ao progresso da Humanidade. O Homem é um ser altamente insatisfeito. A realização espiritual é difícil de concretizar, mas no momento em que se consegue, sobe-se mais um degrau da exigência pessoal. Nos últimos tempos, o ser humano tem procurado nos bens materiais a sua realização e felicidade pessoais. Tem-no conseguido, mas por pouco tempo. Na sua constante insatisfação, volta-se outra vez para o espiritual e, por vezes, só com a ajuda de substâncias químicas se sente (erroneamente) realizado. O apego à vida configura-se como algo de unipessoal e intransmissível. Eu, eu, eu. Viver para os outros é uma mentira. Viver em função daquilo que os outros acham tornou-se uma realidade. Então, numa pequena luz ao fundo do túnel da depressão, o milagre aparece como último reduto da esperança.




O ser humano foi feito para procriar. Não no sentido religioso, mas sim natural. Este é o primeiro milagre. Biologica, quimica, genetica, fisiologica e psiquicamente, o homem e a mulher encaixam numa perfeição absolutamente esmagadora. Do resultado dessa união, nasce outro ser. E este é grande o milagre da vida. Milagre esse que nos deve pôr a pensar: como pôde isto acontecer? Será que o resultado final da união entre dois seres é unicamente fruto da natureza?
É nestas alturas que se olha para o céu, para as nuvens, para o mar, para as colinas, para as árvores, para uma ave que, no seu ninho, alimenta a sua cria e se conclui que esta simbiose de elementos é demasiadamente perfeita para ser encarada como resultado único do processo natural. Há momentos em que a Fé nos abala pela lógica da sua existência.




Sentado no sofá, pelo ecrã do televisor, assistimos à decadência do Homem, às guerras, às tristezas, às calamidades; à destruição sem data marcada de toda a Humanidade. Como viver ou até sobreviver num mundo tão instável e tão perigoso como o actual? Dirigimo-nos então angustiados para o quarto. Uma luz ténue ilumina-o. Sente-se um calor natural que emana daquela espaço. Um berço. Dentro, um bebé que dorme. A sua respiração serena apazigua-nos. Eis o refúgio contra as adversidades e os receios da vida. Eis a esperança. O sentimento de plenitude reconcilia-nos com o mundo ao qual, há minutos atrás, não queríamos pertencer. Nascemos para isto: para criar um mundo melhor para os nossos descendentes, para aqueles que ficam quando deixarmos este lugar. Eis o caminho para a felicidade.



PS – Quero agradecer do fundo do meu coração o Dr. Fernando Teixeira, a enfermeira-parteira Susana Peixoto e toda a equipa da Maternidade do Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo pelo profissionalismo, pela dedicação e pela simpatia. Um milagre nunca acontece sozinho…

terça-feira, maio 22, 2007

Se eu fosse Primeiro-ministro

Há dias em que uma pessoa não devia sair de casa. Há dias em que tudo corre mal. Dias esses em que apetece perder as estribeiras. Felizmente, esses dias de azar aparecem muito raramente, mas quando acontece pode fazer muitos estragos. Há os azares de vida que ninguém adivinha por maiores ou menores as consequências. E há aqueles provocados voluntariamente ou não por terceiros. Há dias em que, quando se sai de casa, um pneu do carro está furado e atrasa a nossa vida; e há dias em que, quando se chega ao trabalho, a empresa encerra e se vai para o desemprego.


Pela televisão assiste-se semanalmente a estes dois tipos de azares. De um, temos um casal que aproveita as suas férias para jantar fora e quando chega a casa, a filha desapareceu. Do outro, temos famílias que ficam numa situação desesperada porque a fábrica onde trabalhavam encerrou e os deixa sem trabalho. É difícil culpar alguém pelos sucedidos. No entanto, nem todos os azares da vida têm origens inexplicáveis. Às tantas, o carro de há bocado tem o pneu furado porque a estrada está em muito más condições. Às tantas, a fábrica fechou porque o patrão acha que Portugal obriga a muitas despesas e burocracias, sendo preferível deslocalizá-la para outro país da União Europeia onde se consegue a mesma produtividade com menos gastos.


O desemprego em Portugal atingiu o número recorde que deve preocupar os governantes. Por mais que os índices económicos sejam positivos, há um número cada vez maior de portugueses que sofre directamente o problema do desemprego, da instabilidade, das dívidas que não se consegue pagar; enfim, o desespero apodera-se das pessoas mesmo daquelas que trabalham, pois agora nada é garantido, nem mesmo os empregos do Estado. Hoje, como nunca, a palavra solidariedade tem a sua importância. É preciso ajudar quem mais precisa. O Estado tem criado fundos e instituições de solidariedade. O mais lógico é ajudar os mais pobres. Felizmente, isso já é feito. Contudo, a pobreza não desapareceu. Pelo contrário, aumenta e toma contornos novos que obriga os especialistas da área a estudar as novas formas de pobreza. Existe a chamada pobreza envergonhada. Pessoas que sempre trabalharam, que contraíram empréstimos bancários para uma casa, para um carro e que de um momento para o outro, ficam no desemprego, deixando de ter meios monetários para pagarem as suas dívidas. Apodera-se, nessas pessoas, um sentimento de vergonha, que faz com que escondam os seus problemas dos outros. Alguns até passam fome. Todo este sofrimento escondido faz com que ninguém os ajude, porque ninguém sabe.


Entretanto, nos bairros sociais, que alguns chamam de guetos, vêem-se jipes e carros de alta cilindrada estacionados à porta. Sabe-se que alguns dos seus donos não trabalham, auferem o famoso rendimento mínimo que muda de nome quando muda de governo. O governo socialista instaurou este apoio social por forma a dirimir a extrema pobreza. De facto, foi indubitavelmente uma grande ajuda para muitas pessoas. Mas criou vícios. E, pior do que isso, transformou a pobreza numa espécie de fenómeno cultural geograficamente localizado. Ao fim destes anos todos, seria importante fazer um balanço deste apoio social com vista à verificação da sua eficácia. Em conversas com cidadãos anónimos, da classe média, média-alta, a conclusão já está tirada: o rendimento social de inserção é dado a quem não merece e se aproveita “dos nossos impostos!”


O Estado criou ressentimento entre as classes sociais, sobretudo entre a média e a baixa. A classe média tem sofrido de forma atroz os malefícios da globalização, acabando por culpar o Estado de cometer erros e injustiças. Actualmente, é mais fácil passar da classe média para a baixa do que o contrário. Na verdade, ninguém gosta passar de cavalo para burro.


Dizia atrás que o Estado deve ajudar quem mais precisa. Provavelmente, chegou a altura de redefinir quem de facto merece o seu apoio. A classe média é o motor do país. É aquela que se esforça, que trabalha e que contribui para o desenvolvimento de Portugal. Mais cedo ou mais tarde, o governo, este ou outro, terá de lhe dar maior atenção porque, com as desigualdades sociais que se estão a criar em nome da suposta solidariedade, aumentam-se os riscos de provocar uma nova revolução igual à francesa de 1789.

segunda-feira, maio 21, 2007

O Milagre da Vida

Às 6h41, hora dos Açores, nascia a minha Catarina.
Estive todo o dia com as minhas duas meninas na maternidade do hospital de Angra e volto para casa cansado mas feliz. Este é um dia memorável que queria partilhar com o mundo. Para isso, nada melhor que o meu blogue para que est sentimento de felicidade fique registado nos arquivos cibernéticos da Humanidade.
C'est pour toi que je vis.

sábado, maio 19, 2007

A ler e adicionar por mais.

Eleições em Lisboa

O Tribunal Constitucional fez tremer o Partido Socialista. Agora, resta à candidata independente mostrar aos Lisboetas inconformados que ela merece os seus votos.
Já é a segunda vez que, para eleições cruciais para o país, o PS se divide e que altos dirigentes (Manuel Alegre e agora Helena Roseta) rompem com o partido para formar uma candidatura própria.
A liderança de José Sócrates está a fazer estragos dentro do partido que terão repercussões muito fortes no final do mandato. No entanto, se cheirar a vitória a maioria socialista, como sempre, estará hipocritamente do seu lado. Se não obtiver uma segunda maioria absoluta é de prever uma relação tempestiva com os futuros deputados eleitos que fará lembrar a queda de Guterres.
Futurologia? Não. Previsão meteorológica.

"Princesse, oú es-tu?"
Le rêveur solitaire

quarta-feira, maio 16, 2007

O PSD e Lisboa


O candidato escolhido por Marques Mendes é fraco tendo em conta o do PS, António Costa, e a independente Helena Roseta. Fraco porque o seu peso político é incipiente apesar de ter um largo currículo, mas nunca em funções executivas de renome. É uma quarta ou quinta opção que faz com esta corrida esteja à partida perdida.


Má escolha do PSD? Fraqueza do seu líder?


Pode ser que não. Pode até ser uma jogada de mestre. Há um duelo que se avizinha bastante interessante: António Costa vs. Helena Roseta. Pode ser que eles se massacrem um ao outro e que os lisboetas acabem por escolher o mal menor. No entanto, e essa é o grande handicap dos laranjas, o executivo de Carmono Rodrigues será julgado com uma sentença previsível. Resta o CDS ou então a chicotada psicológica aos partidos que é o de escolher Helena Roseta.


Ao entrar na corrida, António Costa poderá ter cometido o erro da sua vida.

Na minha biblioteca


Mensonges d'État

Comment Bush a perdu la guerre

na tradução original State of Denial

Bob Woodward



Como a tradução portuguesa nunca mais chega.

O que se ouve por aqui


Dream Theater, com o seu novo álbum Systematic Chaos.

Adieu, monsieur le président


Foi com alguma nostalgia que vi o último discurso do Presidente da República Francesa, Jacques Chirac. Nostalgia essa de quem viveu a sua infância em Paris e assistiu ao seu percurso político. Nostalgia de quem guarda em casa um quadro com um prémio oferecido pela Mairie de Paris, com a assintaura do então presidente da câmara, Jacques Chirac.


Com o tempo se poderá fazer uma análise e um julgamento transparentes da sua presidência e dos resultados que trouxe para a França. Mas que ele pertence à sua história disso não há dúvidas.

domingo, maio 13, 2007

Uma semana negra para César (texto para a imprensa)


Carlos César esteve em Lisboa numa audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva. À saída do encontro, o presidente do governo regional tecia considerações sobre a reunião e, para satisfação dos jornalistas, lá foi dando palpites sobre a sua recandidatura para as próximas eleições de 2008. Obviamente, é o candidato natural do PS e as probabilidades de ser reconduzido no cargo são muito altas. O sorriso tímido que exibia frente às câmaras escondia a verdadeira ambição de poder que se apoderou dele e que o cega perante as verdadeiras dificuldades e os verdadeiros desafios que os Açores estão para enfrentar.



Nessa mesma semana, no arquipélago que dirige, a imprensa regional dava conta da insatisfação, crítica e até revolta por parte de diversas personalidades ou associações açorianas relativamente ao desempenho do governo regional. Sobre isso, não houve perguntas e o presidente não se pronunciou. Será que se chegou ao ponto de num mesmo espaço haver duas realidades: a visão socialista cor-de-rosa dos Açores e a outra realidade cor cinza dos açorianos? Vamos aos factos e às controvérsias.



O executivo regional criou um inquérito com vista à avaliação do desempenho dos funcionários públicos. Se à partida a ideia é boa, na prática o inquérito constitui uma autêntica autorização de "caça à bruxa" do funcionário público por parte dos utentes. A polémica em torno da Directora Regional da Saúde continua e, com a publicação de um despacho com dois anos de atraso e assinado num Domingo atribuindo-lhe (ilegalmente) uma casa, toma contornos absolutamente escandalosos. Lá longe do palácio de Santana, nas Flores, empresários ligados ao sector do turismo queixam-se pelo facto do governo lançar a construção de um novo hotel para a ilha. Havendo já duas unidades hoteleiras e com dificuldades em ter lotação satisfatória, uma terceira unidade só iria, segundo estes, dificultar os negócios. Mais uma vez, a iniciativa privada é abafada. Ainda para mais quando se sabe que uma agência de turismo teve de cancelar dezenas de reservas para as Flores no Verão porque não há avião disponível para levar os turistas até lá. Em São Jorge, os empresários das cooperativas queixam-se de uma iniciativa do governo que os obriga a integrar numa espécie de "cartel" do sector, supostamente para criar um novo modelo de transformação e comercialização do queijo de São Jorge. Pelos vistos, os únicos prejudicados desta deliberação são os próprios produtores do lacticínio. Na Terceira, um mistério paira em torno da autarquia de Angra. Até há quem diga que os socialistas já decidiram em que data o presidente deva ser substituído. Mas isso ainda é segredo. Na mesma ilha, o PSD Açores deu uma conferência de imprensa em que considera perigosa a política centralista do governo da República, com a complacência do governo regional, que consiste em concentrar instituições administrativas para São Miguel em detrimento da Terceira ou até do Faial. A perda de poder e de serviços noutras ilhas " [fere] todos os princípios do desenvolvimento harmonioso e da distribuição de serviços públicos" na região. É preciso acrescentar que este tipo de políticas favorece o desequilíbrio populacional. Numa futura visita oficial do executivo açoriano à ilha do bravo, será interessante ver como os terceirenses o receberão. Por fim, porque se com as pessoas as coisas não correm bem, com os números também parece que não vá lá. Na imprensa regional diária lê-se que "a taxa média de inflação nos Açores em Março deste ano era de 3,7%, enquanto que no mesmo mês em 2006 era de 2,9%. Os açorianos pagam cada vez mais por aquilo que compram mas continuam a receber o mesmo no final do mês."



A permanência prolongada no poder cega as pessoas. O arquipélago dos Açores socialista é sedutor. O arquipélago dos açorianos já não é tão convidativo. Por isso é que há quem prefira o mundo virtual.

quinta-feira, maio 10, 2007

Uma semana negra para Carlos César

Era vê-lo feliz a sair da audiência, em Lisboa, com o Presidente da República, comentando aos jornalistas a sua "hipotética" recandidatura. A quilómetros de distância, na terra que Carlos césar dirige, as coisas já não corriam tão bem:
  • Continuação da polémica com Maria Brito que toma contornos preocupantes para a credibilização do Governo Regional enquanto instituição (cheira a corrupção);

  • Perda de poder e instituições para todas as ilhas menos São Miguel. Um centralismo homicida do Estado português com a benevolência do Governo Regional;

  • Construção de hotel nas Flores por conta do Governo que vai ao arrepio do que os privados no sector da ilha recomendam. Pelos vistos, a iniciativa privada não interessa. O dinheiro da U.E. é para gastar; não se sabe como então que seja em obras fúteis. O povo que se amanhe;

  • Pressão sobre as cooperativas de São Jorge. Mais uma vez, os empresários da área foram postos de lado;

  • Isolamento do Presidente da Câmara Municipal de Angra. Os seus colegas socialistas deixam-no sozinho para mais tarde dar-lhe com os pés (mas isso ainda é segredo);

  • Atribuição de cargos na Função Pública a pessoas com ligações perigosas com membros do governo (família, amigos, filiados do PS).

Isto não está para brincadeiras. E, mais uma vez, os açorianos precisam de saber isso e pensar se querem mesmo o imperador César por mais quatro anos.

Não está posto em causa o progresso que a região obteve graças a este governo. O problema reside nos poderes instalados, nas promiscuidades políticas que beneficiam certas pessoas não pelo mérito mas sim pela conveniência, na falta de transparência com que algumas decisões são tomadas.

Mas há um problema maior: a viabilidade de os Açores continuarem a ter as nove ilhas habitadas.

Notícias boas por cá


Até que enfim!


Mas podia escrever: Ver para querer!


A partir de Junho, ligações aéreas directas entre o Porto e a Terceira. Sabe a pouco, mas é um bom começo.


Ver artigo aqui.

"Aujourd'hui, la joie s'est emparée de moi."
Le rêveur solitaire

quarta-feira, maio 09, 2007

Violência nos subúrbios de Paris

Afinal, o que queriam?
Depois de na campanha eleitoral terem demonizado Sarkozy, o que é que os socialistas franceses queriam? Estes incidentes têm de acabar o mais rapidamente possível. Quando o presidente chegar vai ter de pôr ordem. Falta saber como, pois a diplomacia e esperteza no trato poderiam supreender tudo e todos.
No entanto, como disse Sarko os vadios têm de ser tratados como tal.
Ver artigo aqui

Violador de turista nos Açores

Em Cuba, este tipo de situação foi resolvido impedindo o contacto entre a população local e os turistas com dois tipos de polícias para cada um.
Pode-se gastar milhões em promoção turística mas basta uma cena desta para estragar tudo. Ainda bem que foi apanhado mas o problema é que foi depois de já ter cometido o crime. Para aquela mulher, seus familiares, amigos e vizinhos Açores nunca mais!
Ver artigo aqui.

terça-feira, maio 08, 2007

Viragem à Direita da Europa ?

Com a vitória de Sarkozy pus-me a pensar que talvez seja esse o caminho dos países europeus. Como vivo em Portugal, este fenómeno chegará mais tarde.
Não há dúvida de que as expectativas estão altas em relação a este novo Presidente da República Francesa. Iniciar reformas num país completamente parado e sem vontade de sair desse beco será uma missão muito difícil. A ver vamos.

segunda-feira, maio 07, 2007

Fim de tarde nos Biscoitos


Golpe palaciano em Angra


Na semana em que se festejou a liberdade pelo país fora, aconteceu uma coisa insólita durante a assembleia da Câmara de Angra. "O grupo parlamentar socialista pediu [para não usar o verbo exigiu] que o presidente da câmara e o presidente da assembleia façam o ponto da situação em cada uma das recomendações aprovadas desde o início da legislatura e ainda não concluídas". No momento, a comunicação social percebeu a polémica que daí vinha e deu uma grande cobertura noticiosa do sucedido. Com o tempo, as coisas parecem ter acalmado. No entanto, neste caso o que parece não é. Na Câmara de Angra, pode estar actualmente a ser preparado um golpe de destituição do presidente José Pedro Cardoso.



Daquilo que aconteceu nessa assembleia é preciso retirar duas ilações. A primeira é que com essa tomada de posição os socialistas de Angra reconheceram que o executivo da câmara, nomeadamente o seu edil, está em apuros porque os resultados são insatisfatórios ou, diria eu, inexistentes. A segunda, que é mais grave, é que de um momento para o outro os parlamentares socialistas acordaram para a vida e para as funções para as quais foram eleitos que consiste em fiscalizar, contrapor e ajudar, já que são da mesma cor política, os responsáveis pela cidade. Se fosse a oposição a exercer este tipo de pressão seria perfeitamente normal se bem que injustificado, pois à oposição cabe-lhe o dever de fiscalizar todos os dias as políticas camarárias e não o de fazer ultimatos.



É óbvio que os angrenses estão completamente à margem destas intrigas políticas. O que querem é ver resultados práticos na resolução dos problemas do concelho, melhorias na sua qualidade de vida e pouco se importam com discussões de lugares ou chicanas partidárias. Porém, este problema levantado pelos socialistas é provavelmente a razão que explica o marasmo em se encontra a cidade património mundial. Se o executivo camarário é socialista, se os deputados que provocaram a polémica são igualmente socialistas então o que se passa? Estará o mundo virado de avesso?



Nas últimas eleições autárquicas para o Concelho de Angra, os eleitores tinham de escolher entre dois concorrentes. Pelo PSD tinham Carlos Costa Neves. Pelo PS José Pedro Cardoso que exercera altas funções camarárias na anterior legislatura inacabada de Sérgio Ávila. O que se viu nos resultados é que a população decidiu premiar o candidato socialista mais pelo trabalho feito por Sérgio Ávila do que propriamente pela pessoa eleita. Presentemente, vê-se que o actual presidente não é tão aclamado como o fora seu antecessor e que até constitui uma desilusão para quem votou nele. Logicamente, todo o executivo camarário do PS é responsável mas o presidente será quem dá a cara pelo falhanço desta câmara que se torna cada vez mais visível. Os socialistas, implicitamente, reconheceram o erro de casting na escolha do presidente. Todavia, em vez de demonstrar solidariedade institucional para com ele nos momentos difíceis, estão a desencadear uma espécie de assassinato político no centro da Praça Velha para que toda gente pense que o culpado é e só José Pedro Cardoso. Os angrenses precisam de saber a verdade porque, como disse anteriormente, se o concelho de Angra se encontra parado é porque estas manigâncias políticas estão a surtir efeito e a presidência camarária encontra-se entre a espada e a parede ou, melhor dizendo, entre a oposição e o PS.



No meio disto tudo, é preciso ter em conta que chefiar a câmara da segunda cidade mais importante dos Açores é também exercer uma espécie de liderança da ilha Terceira. Se a governação for fraca não só os angrenses são prejudicados como todos os terceirenses.



Numa conjuntura tão importante para a região como agora em que o centralismo cego do Estado e a subserviência interesseira do governo regional para com o arquipélago têm levado à concentração de instituições públicas para a ilha de São Miguel em detrimento das outras ilhas, a Terceira precisa de alguém que se afirme e se oponha a este ataque sem precedentes contra a distribuição equitativa de poderes e instituições regionais.