Complot
Este blogue nada tem de original. Fala de assuntos diversos como a política nacional ou internacional. Levanta questões sobre a sociedade moderna. No entanto, pelo seu título - Complot -, algo está submerso, mensagens codificadas que se encontram no meio de inocentes textos. Eis o desafio do século: descobri-las...
Acerca de mim
- Nome: Paulo Noval
- Localização: Praia da Vitória, Terceira, Portugal
domingo, janeiro 31, 2010
Paraíso Perdido T2C20

A vacina e o tratamento foram introduzidos no mercado e, perante o medo, os governos compraram milhões de doses de vacinas e de medicamentos. No entretanto, apostava-se em medidas preventivas de higiene e de redução de contacto entre as pessoas, e rezava-se para que não houvesse muitas mortes, tendo em conta as previsões que apontavam para centenas de milhares de vítimas em cada país.
Até agora, morreram 14.142 em todo o mundo e 98 em Portugal. Felizmente, com estes resultados, não se pode falar em pandemia. Alguns governos e órgãos de comunicação social começam então a especular sobre uma possível conspiração.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anda desamparado. A sua queda do poder parece iminente - e não é por culpa nem da CIA nem da oposição política interna. A culpa é da sua total incompetência para gerir um país potencialmente rico e próspero.
Perante os problemas que ele próprio criou, Chávez passa por uma situação de paranóia que o impede de ver e actuar por forma a corrigir o que está mal na sua governação. Este estado de espírito, roçando a esquizofrenia, tomou conta dele e quem está ao seu lado, por perceber o que se passa e o que se antevê, começa a pedir demissão ou a afastar-se. Quem paga as loucuras do autocrata é, como sempre, o povo que não aceita a imposição de um clima de austeridade insustentável e incompreensível. A pobreza aumenta e a criminalidade toma proporções típicas de um cenário de guerra civil; por alguma razão Caracas é uma das cidades mais perigosas do mundo.
Na Europa, houve quem ficasse seduzido pela “Revolución Bolivariana” que Chávez tanto quis implementar. Actualmente, a desilusão e o desconforto imperam porque, afinal, a América do Sul não tem remédio: quanto mais abominam a América capitalista e mais gritam pelas virtudes do socialismo, mais o seu povo sofre.
sábado, janeiro 30, 2010
A green al-Qaeda
sexta-feira, janeiro 29, 2010
quinta-feira, janeiro 28, 2010
Dois estudantes morrem em protestos na Venezuela
Tem duas hipóteses:
- Torna-se um ditador como deve de ser e não um presidente maricas, isto é, em vez de encerrar estações televisivas e obrigar as lojas a praticarem o mesmo preço, enceta pela via da repressão e opressão com apoio dos militares e das forças policias. Haverá mortes mas o povo terá medo e se acalmará.
- Deixa as coisas como estão, acusando a América e a CIA de querer desteabilizar o país mas acabará por cair na mesma, por imposição do povo e manigância da oposição política.
A Venezuela deixou de ser um país de confiança porque a revolução de Chávez não está a resultar mesmo sendo um dos maiores exportadores de petróleo. Isto, aliás, piora a situação e aumenta a cobiça pelo poder dos poderosos não só nacionais como os de fora.
Perante os problemas, Chávez passa por uma situação de esquizofrenia que o impede de ver e actuar de forma a corrigir o que está mal na sua governação. A paranoia tomou conta dele e quem está ao lado dele começa a fugir sub-repticiamente.
A queda dos ditadores é quase sempre da mesma forma. Só que agora não se chamam ditadores, mas sim autocratas.
Aliás, como escreve Thomas Friedman no seu último livro Quente, Plano e Cheio: "Estados ricos em petróleo, o preço do crude e o ritmo da liberdade tendem a mover-se em direcções opostas. Ou seja, quanto maior o aumento do preço médio global do crude, mais se deteriora a liberdade de expressão, de imprensa, as eleições livres e justas,a liberdade de associação, a independência judicial, o cumprimento da lei e a criação de partidos políticos independentes e organizações não-governamentais."
terça-feira, janeiro 26, 2010
O folhetim venezuelano continua
domingo, janeiro 24, 2010
Venezuela proíbe de novo televisão crítica de Chávez
Todas estas movimentações só podem significar que andam a tremer no governo de Chávez.
Paraíso Perdido T2C19

Tenho andado com dúvidas existenciais. Nada de preocupante, mas o suficiente para apoquentar os meus primeiros dias deste novo ano. Ao inventar a tipografia, o alemão Gutenberg, revolucionou o mundo porque tornou a reprodução e a divulgação do conhecimento acessível a todos. Presentemente, os livros são editados aos milhares todos os dias, em centenas de línguas e dialectos. No final de 2009, ocorreu um acontecimento que poderá ditar o fim dos livros tal e qual os conhecemos.
O site amazon.com aproveitou as festividades natalícias para lançar um novo produto: o livro electrónico chamado Kindle. Esta novidade é um sucesso de vendas. O conceito e-book reader já existia mas nunca vingou no mercado livreiro. No entanto, a amazon conseguiu criar um dispositivo electrónico com um design mais atractivo e, sobretudo, com funcionalidades que facilitam a aquisição de livros e jornais. A revolução reside precisamente na possibilidade de adquirir conteúdos literários e jornalísticos a partir do próprio equipamento que tem ligação wireless e o download dura menos de um minuto. Obviamente, por não ter custo de impressão, os preços dos livros são mais baratos, e a sua capacidade de memória permite-lhe armazenar centenas de publicações.

Percebendo o potencial deste novo produto, outras marcas como a SONY ou a ASUS atiraram-se a esse mercado, ainda emergente, e a empresa americana Barnes&Nobles, concorrente da Amazon, lançou o seu nook que foi considerado o melhor gadget de 2009 e que por causa disso se encontra esgotado no momento em que escrevo este texto.
Pode parecer estranho, mas não estou mandatado para publicitar esses produtos e essas marcas. O ponto é que com este ainda pequeno acontecimento tecnológico, dei por mim a questionar-me se o conceito secular de livro irá continuar no futuro. De facto, tenho sérias dúvidas disso. As implicações que este novo gadget pode ter na vida das pessoas são impressionantemente promissoras. Basta imaginar os alunos a usar este aparelho nas aulas, substituindo os tradicionais manuais, podendo assim estudar com esta nova ferramenta electrónica. Se eu fosse o Primeiro-ministro, ponderaria seriamente sobre o assunto. Se eu fosse presidente de uma grande editora livreira, iria aos Estados Unidos sondar as referidas empresas para ser o representante na Europa. Mas enfim, estou a divagar.
Em Portugal, a moda em termos de prendas de Natal incidiu sobre as máquinas de cafés, depois dos passepartouts digitais e dos iphone. Algum palpite em relação à próxima tendência para Natal de 2010? Eu tenho.
sexta-feira, janeiro 22, 2010
quinta-feira, janeiro 21, 2010
O perigo Chávez
quarta-feira, janeiro 20, 2010
Açores, que futuro?
Antes de mais, para ser claro, nunca afirmei que o Corvo devia deixar de ser habitado. É óbvio que não tenho nenhuma autoridade, seja ela qual for, para tecer tal sentença. A verdadeira questão que se pôs tem que ver com algo mais profundo e por isso mais difícil de analisar sem deixar que os sentimentos emerjam à flor da pele.

Muitos açorianos, com responsabilidades políticas ou com papel de relevo na sociedade, têm manifestado a sua preocupação por aquilo que consideram ser a centralização do poder na ilha de São Miguel em detrimento das outras ilhas (o tema da entrevista incidia sobre a concentração da frota da SATA em Ponta Delgada). Nos últimos anos, tem-se visto algumas instituições e alguns organismos a serem “deslocalizados” para a maior ilha do arquipélago. Fará sentido defender esta centralização, como o fazem algumas personalidades açorianas, somente numa perspectiva de contenção de custos e de rentabilidade económica? Se o faz, tal como o tinha dito anteriormente, mais vale centralizar todos os organismos políticos numa só ilha. Então, a partir deste prisma, torna-se igualmente possível questionar a sustentabilidade das ilhas mais pequenas.
Reconheço, no entanto, que é errado pensar assim e defendo que o desenvolvimento dos Açores não pode ser encarado unicamente nessa óptica.
Ao expor este descontentamento, não se trata de desconfiar da boa vontade dos governantes, pretendo antes chamar a atenção para os efeitos colaterais que essas medidas economicistas possam ter no futuro. As ilhas mais pequenas têm sofrido com a desertificação (fenómeno que atinge também o interior do país e os principais centros urbanos). Porém, numa ilha, as consequências são ainda mais dramáticas. Por isso, este assunto é de crucial importância porque nos remete para o futuro dos Açores e a respectiva viabilidade enquanto arquipélago com nove ilhas, todas elas habitadas.
Deste modo, ao lançar aquela pergunta, o objectivo foi o de abanar as consciências para que a discussão se faça, mediante a seguinte questão: qual é o futuro dos Açores? A partir daí, surgem naturalmente outras perguntas como por exemplo: qual deve ser o seu modelo de desenvolvimento? Como impedir a desertificação? Como tornar a região menos dependente do exterior? Para quem governa a região, este debate faz todo o sentido porque obriga a delinear um rumo que abarque as ilhas como um todo, reduzindo as injustiças. Mas outras dúvidas surgem e estas mais controversas. Com que custos (em termos de segurança, mas igualmente em termos económicos) se mantém uma ilha com escassa população? Apostar massivamente numa política energética tornará a região praticamente auto-suficiente, mas a questão da segurança estará sempre presente.
Para mim, viver numa ilha não deve trazer inconvenientes, mas benefícios. As iniciativas do governo em garantir que as condições de vida e de acesso aos mecanismos sociais sejam as mesmas em todas as ilhas são louváveis. Mas será isso o suficiente?
domingo, janeiro 17, 2010
Paraíso Perdido T2C18


A inevitabilidade das Low Cost

domingo, janeiro 10, 2010
Paraíso Perdido T2C17

Para os defensores da causa Gay, os adversários são vistos como uns conservadores atrasados, o que resulta num desprezo quase violento. Para os que são contra, os Gay são vistos como uns anormais, pois defendem um estilo de vida que lhes causa incompreensão e até repulsa. Depois de séculos – dizem os apoiantes da causa Gay – de discriminação e de brutalidade, a causa tem a sua primeira vitória. Supostamente, foi a partir da legalização do aborto que a modernidade chegou ao país.
Tenho tido imensas dificuldades em escolher umas das trincheiras desta guerra de consciência porque não me identifico com nenhuma. E provavelmente haverá mais pessoas como eu. Por isso, pensando bem, talvez me considere um atrasado anormal. Isto porque não me revejo na causa Gay, não compreendo a homossexualidade e defendo o casamento tradicional, mas, por acreditar na liberdade e responsabilidades individuais, aceito perfeitamente que o casamento seja alargado a pessoas do mesmo sexo. Afinal, a palavra normal é cada vez mais tabu. Mais vou ainda mais longe do que o PS: não percebo a razão de se proibir a adopção. Acho que ao legalizar o casamento, torna-se inconcebível proibir a adopção. A “reserva moral” que serve de argumento a José Sócrates causa-me confusão e só a consigo entender à luz do risco de pederastia como José Pacheco Pereira alega se tratar.
Os tempos vão mudando e, apesar de se proclamar que há cada vez mais liberdade, o Estado é que tem definido que tipo de liberdade os cidadãos podem ter.

Perseguição aos gordos
Com o tempo, cheguei à conclusão que gosto de chicha. Quando olho para uma mulher magra, vêm-me logo à memória imagens associadas à fome. Há que ter calma: não defendo excessos nem de um lado, nem de outro. Mas nos padrões actuais da moda, a magreza anoréctica tem feito furor para desespero de muitos homens!
Vem isto a propósito de uma discussão pública em certos países da Europa, como a Espanha, que incide sobre a possibilidade de se criar uma taxa sobre comida com altos teor de gordura do tipo fast food. O objectivo é fazer com que as pessoas ingiram comida mais saudável. Como a estratégia de informar e educar as pessoas não parece funcionar, ei-los a tomar medidas mais drásticas, desde a proibição de alimentos com alto teor de gorduras até à taxação de guloseimas.
Poderíamos culpar os obesos pelo aparecimento destas medidas que vão certamente fazer sucesso em todos os países da UE, incluindo Portugal. Mas prefiro culpar o Estado, esta entidade que promove cada vez mais o fascismo higiénico, determinando como um ser humano deve ser: magro, saudável e asséptico. E eu a pensar que já tínhamos esgotado todas as questões fracturantes.

Ecologista céptico
Por falar em questões fracturantes, Existe uma deriva de alguns ecologistas que se alimentam da tragédia apocalíptica para fazer valer os seus pontos de vistas.
A novidade prende-se agora com a forma como se combate o aquecimento global e Copenhaga deveria ter servido para repor esta questão no cimo do debate. Tudo se resume à diminuição do CO2?
A solução passa exclusivamente pelas energias renováveis? Como podemos aceitar que empresas apresentem novos meios de transporte não poluentes completamente desadequados da realidade e piores do que aqueles que temos actualmente? Como viabilizar aviões que precisam quase da terra de um país inteiro para produzir biofuel só para uma viagem? Já agora, quem entra com dinheiro para essas experiências? O privado?
Pagar uma taxa de carbono? Por que razão as pessoas devem pagar uma taxa penalizadora se necessitam de se deslocar para o trabalho no seu carro por não ter alternativas? O mundo não se resume a centros urbanos (que de facto dispõem de transportes públicos eficientes). Já agora, por que razão as pessoas têm de ser penalizadas pelo facto de preferirem andar no seu carro em vez de sofrer as multidões do metro ou dos autocarros?
Estará o mundo assim tão mal quando sabemos que as pessoas vivem mais tempo e com melhor saúde? Incluindo o terceiro mundo que na verdade se depara com um problema mais grave pelo facto de ter governantes corruptos e gananciosos?
Já agora, por que razão os ambientalistas mais radicais não optam por um estilo de vida adequado com o que pregam na onda dos Amish da Pensilvânia? Pois, custa passar de carro para cavalo.